MOVIMENTO

Porto Alegre participa da Greve Mundial em defesa do meio ambiente

Cerca de mil pessoas, em sua maioria jovens, crianças, estudantes e ativistas das causas do meio ambiente se reuniram à frente do monumento do Expedicionário para chamar a atenção do povo gaúcho
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 20 de setembro de 2019
Greve Mundial em defesa do meio ambienteGreve Mundial em defesa do meio ambiente

Foto: Marcelo Menna Barreto

Consciência: manifestantes criticaram também a exploração de carvão no Rio Grande do Sul

Foto: Marcelo Menna Barreto

Porto Alegre aderiu ao movimento que tomou conta do mundo nessa sexta-feira, 20: a Mobilização Global pelo Clima. Cerca de mil pessoas, em sua maioria jovens, crianças, estudantes e ativistas das causas do meio ambiente se reuniram à frente do monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção, para chamar a atenção do povo gaúcho para a iniciativa, que pretende dar uma demonstração de força para a Cúpula do Clima da ONU, que será realizada na próxima segunda, 23, e a Assembleia Geral da ONU, na quarta, 25. As manifestações serão estendidas até o dia 27.

Coube a estudante de Engenharia Ambiental e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Thaís Barrquel, informar que a Greve Geral pelo Clima estava acontecendo nos sete continentes, envolvendo, até aquele momento (16h), 162 países e levando milhões de pessoas para às ruas. “Nós, como brasileiros, temos uma responsabilidade maior”, lembrou Thaís devido ao fato de estar no país a maior floresta tropical do mundo.

A preocupação com projetos considerados de “mega mineração” esteve muito presente no ato de Porto Alegre. Mais de uma vez, a proximidade de iniciativas como a da Copelmi, em Eldorado do Sul, distante cerca de 16 quilômetros do parque da Redenção, foi destacado. Ativistas aproveitaram para divulgar importante audiência pública para discutir a questão, que deverá ocorrer na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no próximo dia 30, às 18 horas.

Foto: Marcelo Menna Barreto

Thaís Barrquel: nós somos responsáveis

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A Greve Global deste dia 20 foi uma manifestação de alerta para as emergências climáticas e se inspirou na estudante sueca Greta Thunberg que, desde 2018, decidiu deixar de ir à escola todas sextas-feiras para chamar atenção de parlamentares e da opinião pública para a questão.

No Brasil

Se no Rio Grande do Sul a atividade acabou acontecendo em um feriado (Revolução Farroupilha), outras cidades Brasil afora acabaram dando o real caráter de paralisação ao movimento.

Registrada em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, a tônica da manifestação não pode deixar de passar pela figura do presidente Jair Bolsonaro, que internacionalmente já está sendo considerado um inimigo declarado dos movimentos que lutam pela causa ambiental. Cartazes protestando contra o mandatário estiveram praticamente em todos os atos, inclusive pedindo a sua deposição como uma medida urgente para garantir as causas ambientais.

Em Salvador, a frase “Não há um planeta B” foi o recado dos manifestantes. Em Recife, fotos tiradas por alunos da rede pública sobre a biodiversidade local foram espalhadas pela famosa Praça da República com os estudantes no final fazendo no final um grande painel com todo o material exposto onde se lia “Salvem o planeta”.

No Rio de Janeiro, estudantes ocuparam a escadaria da Assembleia Legislativa do Estado para pedir o fim das queimadas na Amazônia e medidas governamentais de proteção ao meio ambiente. Em Maceió também houve protesto contra as queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste.

Em São Paulo, a manifestação ocorreu no tradicional vão livre do Masp, onde antes do ato propriamente dito aconteceu uma aula pública conduzida por professores da USP, Unicamp e Universidade Federal do ABC sobre mudanças climáticas.

No mundo

Em Nova Iorque, uma grande marcha envolveu a cidade e culminou em um ato público onde esteve presente a estudante Greta Thunberg. Na ocasião, a jovem liderança indígena brasileira Artemisa xakriabá, de Minas Gerais, com o rosto pintado e um cocar de penas coloridas também se manifestou. Artemisa disse à imprensa que Bolsonaro, com o seu ceticismo com as questões ambientais, esta matando as florestas e frizou: “os jovens protestando aqui hoje estão ajudando o planeta e especialmente nós, os indígenas, estamos na primeira linha de luta”. Amanhã, 21, a ONU abre na cidade uma importante conferência com jovens do mundo inteiro para discutir suas preocupações com o futuro do planeta.

Na Reino Unido, foram cerca de 200 manifestações em várias cidades. A principal foi em Londres, em frente ao parlamento britânico. Em Nova Delhi, Índia, a juventude ecoou os pedidos de mudanças, mas não só as climáticas, mas no sistema como um todo. No Quênia, foi levantado a bandeira da energia renovável.

Se na Rússia, os protestos foram marcados pela internet, com jovens fazendo lives empunhando cartazes, uma vez que qualquer manifestação exige uma autorização do governo, na Austrália mais de 300 mil pessoas se reuniram em um só espaço para exigir maior atenção dos líderes globais ao meio ambiente.

A ocupação da entrada do Ministério do Meio Ambiente da Tailândia por estudantes marcou fortemente o país. Os jovens deitaram no chão em um encenação que dava a seguinte lembrança: milhares de pessoas todos os anos morrem por questões que impactam o meio ambiente.

Na Alemanha, 500 cidades participaram da Greve Mundial.

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