MOVIMENTO

Ato em Porto Alegre pede impeachment de Bolsonaro

Após caminhada, manifestantes fixaram cruzes no Largo Glênio Peres para lembrar os mais de 221 mil mortos da pandemia
Por Flávio Ilha / Publicado em 29 de janeiro de 2021
Cruzes no centro da capital gaúcha lembraram as vítimas da covid-19 e a omissão do governo federal no combate à pandemia

Cruzes no centro da capital gaúcha lembraram as vítimas da covid-19 e a omissão do governo federal no combate à pandemia

Foto: Igor Sperotto

Centrais sindicais e entidades de representação de trabalhadores espalharam nesta sexta-feira, 29, no Largo Glênio Peres, centro de Porto Alegre, 120 cruzes para simbolizar a morte de mais de 221,6 mil brasileiros pela covid-19. O ato foi acompanhado por dezenas de pessoas.

A manifestação fez parte do movimento que pede o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), acusado de ser responsável pelas consequências trágicas da pandemia de coronavírus no Brasil. No domingo, haverá uma carreata com concentração marcada para as 10h, no estacionamento do estádio Beira-Rio.

O ato, como alertaram os organizadores, foi simbólico. “Estamos aqui, com essas cruzes, denunciando a irresponsabilidade do governo, que garantiu em uma semana vacinas para apenas 1% da população”, disse o dirigente Claudir Nespolo, da CUT-RS e da Frente Popular. Nespolo também denunciou o fim do auxílio-emergencial, que junto com o desemprego tem agravado as condições de vida da classe trabalhadora. “Acabou o auxílio, mas não acabou a pandemia”, criticou.

O dirigente da Força Sindical, Cláudio Corrêa, disse que as cruzes representam a revolta com o descontrole da pandemia. “Representam nossos irmãos morrendo, sem oxigênio e sem nenhum compromisso do governo com a vacinação”, resumiu.

Direitos dos trabalhadores

Manifestação integra o movimento pelo impeachment de Bolsonaro, que terá carreata no domingo em Porto Alegre

Manifestação integra o movimento pelo impeachment de Bolsonaro, que terá carreata no domingo em Porto Alegre

Foto: Igor Sperotto

O ato dispôs as cruzes na esplanada do Largo, em meio a faixas de “Fora Bolsonaro” e bandeiras de partidos e sindicatos. O presidente da CGTB, Nelcir Varnier, lembrou que a manifestação servia também para mostrar que os sindicatos continuam atuantes, “lutando pelos direitos dos trabalhadores”. Segundo ele, é necessário combater as políticas de governo de Bolsonaro, mas também do governador Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito Sebastião Melo (MDB), “que promovem a concentração de riqueza e o desemprego”.

O ato foi encerrado com os manifestantes empunhando as cruzes e gritando palavras de ordem de “Fora Bolsonaro” a cada categoria de trabalhadores que era citada como mais vulnerável ao vírus e que não pode fazer isolamento social, como garis, carteiros, entregadores, garçons, comerciários e metalúrgicos, entre outras.

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