MOVIMENTO

Servidores públicos alertam população sobre retrocessos da PEC 32

Ato em frente ao HPS reuniu servidores municipais, estaduais e federais que realizam um dia de paralisação contra a reforma administrativa, que retira direitos e terceiriza serviços públicos
Por Gilson Camargo / Publicado em 18 de agosto de 2021

Foto: Igor Sperotto

Mobilização no HPS reuniu servidores de dezenas de sindicatos

Foto: Igor Sperotto

O Dia Nacional de Luta e Paralisações articulado pelas centrais sindicais e sindicatos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, da Reforma Administrativa, mobilizou servidores públicos municipais, estaduais e federais em frente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) no final da manhã desta quarta-feira, 18. O ato reuniu servidores e lideranças dos sindicatos de servidores públicos. Portando faixas e cartazes, eles alertaram a população sobre as consequências da reforma, caso ela seja aprovada no Congresso, e pressionaram parlamentares a votarem contra a matéria. “Deputado: quem vota contra os serviços públicos não volta”, alerta a palavra de ordem do movimento. A greve dos servidores e mobilizações contra PEC 32 tem atos em todo o país.

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Reforma não atinge só os servidores, mas a população que ficará sem saúde, educação e segurança, alerta Helenir Schürer, do Cpers

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“É um dia de resistência à reforma administrativa que nada mais faz do que entregar os serviços públicos para a iniciativa privada. Como se não bastasse privatizar as empresas e autarquias, faturar bilhões com o sistema elétrico e a Petrobras, agora eles também querem os serviços públicos. O governo Bolsonaro e os governos estaduais que o apoiam, como o governador Eduardo Leite (PSDB) e o prefeito Sebastião Melo (MDB), querem repassar os serviços públicos, que representam bilhões, à iniciativa privada. É preciso resistir, porque não há estado democrático de direito sem serviços públicos de qualidade feitos por carreiras públicas estruturadas e valorizadas. Quem perde é a população. Mais do que carreiras, o que está em jogo são os serviços públicos feitos pelo Estado”, alerta o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

“Hoje é um dia de chuva e ventania em Porto Alegre, mas também é um dia de luta dos servidores públicos contra a PEC da reforma. A chuva vai cessar, mas os efeitos dessa reforma para os servidores e para a população vão continuar. Precisamos derrotar a PEC 32, que acaba com o concurso público, acaba com direitos não só dos servidores, mas da população como um todo, que precisa de saúde, educação, segurança pública gratuitas e de qualidade. O Brasil precisa de mais e melhores serviços públicos e não menos”, disse Marcelo Carlini, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Sintrajufe).

Reforma exclui juízes, militares e procuradores

Lideranças dos sindicatos, federações e confederações filiadas à CUT vêm alertando há meses sobre os riscos dessa reforma para o Brasil e para os brasileiros, entre eles o de facilitar a corrupção e a possibilidade da população ficar sem atendimento no serviço público. Outro argumento do movimento sindical é o de que também que a reforma não acabará com privilégios, como defende o governo. Sindicalistas se baseiam no próprio texto da reforma, que não atinge os altos salários: de juízes, militares e procuradores e, sim, a maioria dos servidores, cuja média salarial é de R$ 2.727, segundo dados do Instituto de Economia e Pesquisa Aplicada (Ipea), do próprio governo.

Foto: Igor Sperotto

Movimento alertou população sobre efeitos da PEC 32 e pressionou deputados a votarem contra a reforma

Foto: Igor Sperotto

Ao longo desta quarta-feira, a CUT e as demais centrais sindicais estão mobilizando suas categorias nas capitais e principais cidades do país contra a proposta da Reforma Administrativa, que tramita no Congresso Nacional – enviada pelo governo Bolsonaro.

O movimento engloba outras bandeiras. É contra as privatizações, contra a inflação e perdas salariais; e, em defesa do auxílio emergencial de R$ 600, por vacina para todos e mais emprego. “São várias categorias paralisando, principalmente municipários de várias cidades gaúchas, porque essa PEC 32 mexe com setores e serviços públicos majoritariamente prestados pelos municípios. Portanto será um dia de muitos protestos e agitação no interior do estado e aqui na capital”, explica o dirigente da CUT/RS.

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