OPINIÃO

O falso debate sobre segurança em ano eleitoral e a guerra pelo poder

O colapso da segurança pública no país serve a muitos propósitos e há quem condicione a resolução dos problemas à própria eleição
Editorial / Publicado em 10 de abril de 2018

O colapso da segurança pública no país serve a muitos propósitos e há quem condicione a resolução dos problemas à própria eleição. Não faltam teses que defendem a força bruta e medidas extremas, com mais punição e encarceramento, pena de morte, redução da maioridade penal, liberação do porte de armas como soluções para a violência de todas as matizes que assolam o país. A obsessão pela força bruta e pelo justiçamento, sem respaldo em pesquisas e já há muito ausente do debate responsável sobre segurança em países desenvolvidos, como gostam de argumentar seus defensores, já foi abandonada justamente por sua ineficácia e causa de mais violência social. São ideias que reverberam, no entanto, nesse momento em que o país – tomado de assalto em diversos sentidos – se prepara para as eleições gerais de outubro.

Nesse contexto, o tema da segurança domina a agenda de candidatos mais pelo seu potencial de dividendos eleitorais do que para a proposição de soluções efetivas, como apontam especialistas ouvidos pelo Extra Classe na reportagem especial desta edição.

Ainda sobre violência e poder, o delegado Orlando Zaccone, do coletivo Policiais Antifascismo, analisa a intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro e as execuções da vereadora e ativista de direitos humanos Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, executados em 14 de março. “Um crime simbólico na guerra pelo poder”, sintetiza ele na entrevista deste mês.

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Desde a suspensão dos projetos de construção de plataformas de exploração de petróleo para a Petrobras, iniciativa que chegou a contar com investimentos bilionários no polo naval, o superporto de Rio Grande deixou de ser uma promessa de prosperidade para se transformar em monumento ao abandono e à recessão, com empreendimentos e sonhos abandonados. E mais: as barreiras enfrentadas por estudantes das periferias de Porto Alegre que precisam se deslocar pelos territórios dominados pelo tráfico para chegar à escola; os destaques do ensino privado, os colunistas do Extra Classe e a programação da Fundação Ecarta.

Boa leitura!

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