POLÍTICA

RS quer priorizar trabalhadores da educação no programa de imunização

Ato na tarde desta terça-feira, 2, reuniu todas as forças políticas e institucionais do Estado para cobrar do Ministério da Saúde vacina para a retomada das aulas presenciais com segurança
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 2 de março de 2021

Foto: Reprodução Internet

Entidades gaúchas defendem que a vacina é que vai efetivamente fazer parar o vírus

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Nesta terça-feira, 2, o estado do Rio Grande do Sul deu uma grande demonstração de unidade no combate à pandemia. Governo do Estado, deputados estaduais da situação e oposição, deputados federais da bancada gaúcha, a Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), entidades de classe da educação como o Sinpro/RS e o Cpers, o Ministério Público e a Defensoria Pública estaduais, somaram esforços para reforçar a ideia de dar prioridade aos profissionais do ensino na imunização contra a covid-19.

Em um ato virtual que se iniciou às 15 horas, o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa gaúcha (Alergs), deputado Gabriel Souza (MDB) deram o tom do evento.

Abrindo os trabalhos, Leite destacou: “a vacina é que vai efetivamente fazer parar o vírus. Enquanto ela não chega, não resta alternativas do que parar as pessoas”, fazendo alusão a condição de bandeira preta decretada no Estado.

Críticas à Bolsonaro

O governador ainda aproveitou a ocasião para reiterar suas críticas as recentes declarações, que afirmou serem “mentirosas”,  do presidente da República Jair Bolsonaro quanto aos valores que o governo federal teria destinado ao estado. “Uma verdadeira agressão ao nosso pacto federativo. Os recursos são do estado. Aliás, os governadores nunca se queixaram da falta de recursos federais. Nossa critica é por falta de articulação política do governo federal nessa crise”.

Leite lamenta que até o momento Bolsonaro tem gerado tensão e confusões na população. “Ele diz que não vai se vacinar, criticou vacinas, não negociou a compra com antecedência”, elenca o governador, ao registrar que é exatamente por causa disso que os estados e municípios não podem apenas confiar na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.

RS é o primeiro estado da União que teve o aval de seu parlamento para a compra direta de imunizantes

No mesmo tom, o presidente da Alergs, Gabriel Souza, disse que o ato se revestiu de uma simbologia importante. “No meio dessa crise sanitária, encontrar consensos políticos é fundamental para demonstrar a população que ainda há racionalidade”, sentenciou.

A deputada estadual Sofia Cavedon (PT), autora de um Projeto de Lei que está tramitando na Alergs com o objetivo de dar a prioridade a professores e funcionários das escolas estaduais, municipais e privadas no estado, também ressaltou a importância do ato conjunto.

Para a deputada, “o governo do estado hoje está em busca de respaldo e está demonstrando este diante de um governo federal que joga contra; de um presidente que faz aglomerações e se retira do seu papel de coordenação de uma política nacional para enfrentar a pandemia”.

Ela ainda lembra o papel de seu partido que, mesmo na oposição, em dezembro passado aprovou o projeto de lei 246/2020 do governo estadual. Tratava das alíquotas do ICMS para esse ano que só foi aprovado com a garantia de uma emenda da bancada que destina R$ 1,5 bilhão para fazer a vacina chegar a todos gaúchos.

Para Sofia, essa foi uma importante decisão conjunta para o enfrentamento da pandemia. Ela destaca ainda que, também por iniciativa do PT, a Alergs instalou na semana passada a Comissão Externa da Assembleia sobre a Vacina, que está sendo presidida pelo deputado Pepe Vargas (PT).

Ato concreto

A importância da atividade foi tanta que a sessão plenária deliberativa do parlamento gaúcho foi suspensa para que todos os parlamentares se juntassem à programação que foi transmitida pelas redes sociais do governo e do legislativo.

Como ato concreto, um ofício será enviado ao Ministério da Saúde. O documento solicita que o Executivo Federal dê prioridade no calendário de vacinação para os profissionais da educação tanto das redes públicas e privadas. A ideia é garantir o retorno das aulas presenciais com uma estrutura mais segura, além dos cuidados higiênicos e EPIs, para docentes e alunos.

A presidente do Cpers, Helenir Schürer, em sua fala disse estar feliz que, no ofício elaborado, além de professores, funcionários das escolas também foram relacionados.

Lembrando que a bandeira preta esta prevista até o próximo dia 7 e que nas projeções anteriores o estado pretendia retornar as aulas no dia 8, Helenir fez um pedido público ao governador: “que as aulas comecem remotamente, pois podemos correr o risco de, em aumentar a circulação, fazer o vírus circular também”.

O documento ainda enfatiza que a postergação do ensino presencial serve para o aumento da evasão e abandono escolar que podem acarretar danos emocionais e a perda do desenvolvimento das relações interpessoais entre os estudantes.

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