Coronavírus: Brasil inicia mês com 241 mortes e mais de 6,8 mil infectados

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, durante a coletiva de imprensa sobre a infecção pelo novo coronavírus

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no país aumentou para 6.836 nesta quarta-feira, 1º de abril, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde. O número de mortes por covid-19 chegou a 241. O índice de letalidade se manteve em 3,5%. Na segunda-feira à noite, o país contabilizava 201 óbitos e mais de 5,8 mil casos confirmados de infecção pelo vírus sars-cov2.

Apesar do crescimento do contágio, o total de novos casos notificados nas últimas 24 horas sofreu uma leve queda, somando 1.119. O Estado de São Paulo registrou 164 óbitos relacionadas ao novo coronavírus, um aumento de 21% desde segunda-feira. Foram confirmadas 28 mortes somente nesta quarta, com o maior aumento em números absolutos em um período de 24 horas. São Paulo também registra 2.981 casos confirmados, um aumento de 27% no contágio nas últimas horas.

Uma índigena de 20 anos, agente de saúde no interior do Amazonas, testou positivo para a covid-19. A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas informou que a jovem da etnia Kokama está entre os quatro contaminados no município de Santo Antônio do Içá, no Alto Rio Solimões. Duas aldeias inteiras foram isoladas.

Os casos fatais por coronavírus no país estão distribuídas nos estados de São Paulo (164), Rio de Janeiro (28), Ceará (8), Pernambuco (8), Piauí (4), Rio Grande do Sul (4), Paraná (3), Amazonas (3), Distrito Federal (3), Minas Gerais (3), Bahia (2), Santa Catarina (2), Rio Grande do Norte (2), Alagoas (1), Maranhão (1), Mato Grosso do Sul (1), Goiás (1), Paraíba (1) e Rondônia (1).

Foto? FAB/ Divulgação

Ministério da Saúde iniciou a distribuição dos 500 mil testes rápidos para diagnóstico de coronavírus no país

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Os dados da pandemia foram atualizados em coletiva de ministros no Palácio do Planalto, no final da tarde. Diferente do protocolo adotado pelas autoridades de saúde de outros países, o ministério não divulga o número de pessoas infectadas que foram curadas.

Excluído de uma reunião de médicos no Palácio do Planalto, o titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não quis comentar as manobras do presidente Jair Bolsonaro, que quer o fim do isolamento social. “Eu trabalho com critérios técnicos, com a ciência, não com a política”, despistou.

Na janela reservada à Saúde durante a coletiva, Mandetta explicou que a intensificação dos testes deverá fornecer um número cada vez maior de contágios que atualmente estão subnotificados com a baixa testagem. “Muitos casos serão confirmados. Isso vai fazer com que diminua a letalidade, que é estabelecida pelo número de óbitos em relação ao total de casos confirmados”.

Ao lado do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, Mandetta alertou que “não é hora de relaxar, mas de redobrar o cuidado com os idosos”. Segundo ele, 90% dos óbitos são de pessoas com mais de 60 anos, 127 eram cardíacos, 84 diabéticos e 36 com doenças prévias de pulmão. De acordo com a equipe de Saúde do ministério, é esperado um aumento significativo também no número de mortes por coronavírus. Só em São Paulo, há mais de 200 óbitos em investigação. Mandetta voltou a ressaltar a importância do isolamento e do distanciamento social. “Nós estamos iniciando uma subida no número de casos, mas vamos colher os frutos dessa parada que estamos fazendo agora só nos próximos 14 dias, que é o tempo de incubação do vírus. Nós ainda estamos pagando o que fizemos até 14 dias atrás”.

TESTES – O Ministério da Saúde iniciou a distribuição dos 500 mil testes rápidos para diagnóstico de coronavírus no país. Os testes irão atender os profissionais que atuam nos serviços de saúde de todo o país, além de agentes de segurança, como policiais, bombeiros e guardas civis com sintomas de síndrome gripal. Este é o primeiro lote de um total de 5 milhões de testes rápidos adquiridos pela Vale e doados ao ministério. Serão distribuídos para a região Nordeste 120,2 mil testes com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), a mesma aeronave utilizada para envio dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os estados da região. A carga foi despachada nesta tarde da Coordenação de Armazenagem e Distribuição Logística de Insumos Estratégicos para a Saúde (Coadi) do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).

SP monta força-tarefa para testes de Covid-19

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 1º, uma ampliação na rede de testes para detecção do novo coronavírus no estado. A iniciativa habilita as unidades regionais do Instituto Adolfo Lutz, situadas em Santo André, Sorocaba, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto a processar amostras, com capacidade de 500 exames por dia em um primeiro momento, podendo chegar até mil. Nesta semana devem chegar ao estado 20 mil kits de testes importados e 10 mil enviados pela Fiocruz, que serão distribuídos entre o Instituto Adolfo Lutz e outros laboratórios credenciados.

Com os novos centros de testagem, a SES/SP passa a processar, a partir de agora, 720 amostras por dia no Centro Estadual de Análises Clínicas (Ceac) da Zona Norte, unidade que já é do governo do Estado. Neste local, serão processadas amostras de 43 hospitais da rede estadual da Grande São Paulo. Ao anunciar as medidas em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria (PSDB) destacou que ao reforçar a rede de exames, a SES/SP passa a ter um monitoramento efetivo sobre a circulação do coronavírus no estado e a ter subsídios para adotar as medidas necessárias para proteger a população. A força-tarefa também inclui o processamento de 201 amostras de óbitos suspeitos, que terão diagnóstico final nas próximas 24 horas.