POLÍTICA

Parentes de chefe de milícia trabalharam para Flavio Bolsonaro

Jornal O Globo revelou que mãe e esposa do ex-capitão do Bope, Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe de milícia, trabalharam em 2018 para o então deputado estadual
Por Redação / Publicado em 22 de janeiro de 2019

Flávio foi eleito o deputado estadual mais jovem da legislatura, em 2002. Ele assumiu o cargo em 2003, onde permaneceu por quatro mandatos até 2018, quando se elegeu senador pelo Rio de Janeiro com mais de 4 milhões de votos.

Foto: Vitor Soares/Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Reportagem do jornal O Globo revelou hoje, 22, que a mãe e a esposa do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras, trabalharam até novembro do ano passado no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O ex-capitão é suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Adriano Magalhães da Nóbrega (mais conhecido como ‘capitão Adriano’ ou ‘Gordinho’) é um dos 13 integrantes de organização criminosa que atua nas comunidades da Zona Oeste do Rio de Janeiro, procurados pela Operação Os Intocáveis, desencadeada na madrugada desta terça, 22, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, com apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Ele teve o mandado de prisão expedido, mas ainda não foi localizado.

As investigações do MP/RJ, realizadas por meio de escutas telefônicas e notícias de crimes, recebidas pelo canal Disque Denúncia, evidenciam que os denunciados estão envolvidos em atividades de grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis; receptação de carga roubada; posse e porte ilegal de arma; extorsão de moradores e comerciantes, mediante cobrança de taxas referentes a ‘serviços’ prestados; ocultação de bens adquiridos com os proventos das atividades ilícitas, por meio de ‘laranjas’; falsificação de documentos; pagamento de propina a agentes públicos; agiotagem; utilização de ligações clandestinas de água e energia; uso da força como meio de intimidação e demonstração de poder, para manutenção do domínio territorial na região de Jacarepaguá.

Apuração do jornal O Globo revela que a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, e a esposa, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, trabalharam para Flávio Bolsonaro recebendo R$ 6.490,35 mensais. Segundo o Diário Oficial do Estado, ambas foram exoneradas no dia 13 de novembro de 2018.

Em 2003, Adriano foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pelo gabinete de Flávio e, no ano seguinte, Ronald Paulo Alves Pereira, preso nesta terça-feira, 22, por envolvimento com o assassinato de Marielle e apontado como chefe da milícia Muzema, recebeu a mesma comenda.

*Com informações do MP/RJ e jornal O Globo.

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