MOVIMENTO

Força-tarefa de Combate aos Feminicídios recebe denúncias de violência política contra vereadoras do RS

Parlamentares do Partido dos Trabalhadores de Sapiranga, Bagé, São Borja e Caxias do Sul relataram que vêm sendo alvos de violência e ameaças de morte
Da Redação / Publicado em 8 de junho de 2021
A vereadora Denise Pessôa, de Caxias do Sul

Foto: Gabriela Bento Alves/ Câmara Municipal de Caxias do Sul

A vereadora Denise Pessôa, de Caxias do Sul

Foto: Gabriela Bento Alves/ Câmara Municipal de Caxias do Sul

A violência política contra mulheres foi uma das principais pautas de reunião da Força-tarefa de Combate aos Feminicídios no Rio Grande do Sul, vinculada à Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa.

O encontro virtual aconteceu na noite de segunda-feira, 7, com a participação de deputados, vereadoras e representantes de diversas entidades e órgãos públicos.

A iniciativa de ouvir as parlamentares foi motivada pelo movimento de mulheres e direções partidárias. Os relatos, que vão desde tentativas de calarem as suas vozes até ameaças de morte, foram feitos pelas vereadoras do Partido dos Trabalhadores Rita Della Giustina, de Sapiranga; Caren Castencio, de Bagé; Lins Robalo, de São Borja e Denise Pessôa, de Caxias do Sul.

Caren Castencio, vereadora de Bagé

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Caren Castencio, vereadora de Bagé

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

O deputado Edegar Pretto (PT), que preside a Comissão, define como “graves e inaceitáveis” as situações enfrentadas pelas vereadoras. Ele destaca que é fundamental a união dos poderes e da sociedade civil para combater essa violência. “Precisamos de uma força maior que essa força machista, opressora, que acha que a mulher não pode estar no parlamento, que não pode ocupar um espaço que historicamente foi ocupado pelos homens”.

Machismo e violência política

Na ocasião, foram acolhidas denúncias de vereadoras que vêm sofrendo ataques machistas e violência política no exercício dos seus mandatos. “São mulheres que têm sido sistematicamente ameaçadas dentro e fora das Câmaras, em virtude das suas atuações”, afirma Ariane Leitão, da coordenação da Força-tarefa.

Lins Robalo, de São Borja

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Lins Robalo, de São Borja

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Durante a reunião, foi encaminhada uma moção de apoio e solidariedade à ex-deputada Manuela D’Ávila, que tem sido, junto à sua família, alvo de ataques de grupos de ódio. Além disso, foram compartilhados entre os participantes projetos de lei que tramitam na Assembleia Legislativa e que têm relação com a pauta das mulheres, principalmente os feminicídios.

Um deles, de autoria do deputado Jeferson Fernandes (PT), obriga o Estado a disponibilizar espaços de acolhimento e abrigamento emergencial às mulheres, e seus dependentes, vítimas de violência doméstica e familiar durante o período de isolamento social devido à pandemia. O PL deve ser votado na sessão desta terça-feira, 8.

Vereadora Rita Della Giustina (PT), de Sapiranga

Foto: Divulgação

Vereadora Rita Della Giustina (PT), de Sapiranga

Foto: Divulgação

Karen Lose, integrante da coordenação executiva da Força-tarefa, adiantou que será protocolado um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa, para criar um mecanismo de enfrentamento ao assédio e à violência política contra as mulheres candidatas e também no exercício da vida política. Também foi anunciado que a Força-tarefa realizará atividades regionais virtuais a cada 15 dias, a fim de ouvir mulheres e lideranças vítimas de violência, e coletar denúncias. A previsão é iniciar ainda este mês.

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