OPINIÃO

A gênese das elites

Editorial
Da Redação / Publicado em 24 de julho de 2023

Imagem: Reprodução

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Entrevistado desta edição, o jornalista Cesar Calejon se debruçou sobre os mecanismos culturais e históricos que explicam a gênese e o comportamento das elites brasileiras, como se reproduzem as estratégias de controle social e como essas elites atuam para perpetuar e ampliar suas posições e ganhos econômicos.

O resultado desta investigação é o livro Esfarrapados – Como o elitismo histórico-cultural moldou as desigualdades sociais no Brasil, recém-lançado pela editora Civilização Brasileira. Para o autor, as raízes do elitismo histórico-cultural estão presentes nas sociedades humanas desde os tempos remotos, anteriores mesmo à Revolução Agrícola.

Ele explica como chegamos ao Brasil contemporâneo, em que as expressões do elitismo histórico-cultural, que são racismo, machismo, misoginia, LGBTQIA+fobia, capacitismo, viralatismo, entre outros, se consolidaram como formas permanentes de dominação cultural. São essas expressões que alicerçam nossa tradição em segregar, excluir e estigmatizar as minorias, como fazem as ideologias brasileiras autoritárias, caso do bolsonarismo.

Graduado em Comunicação Social pela Universidade São Marcos (Unimarco), Calejon tem especialização em Relações Internacionais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é mestre em Mudança Social e Participação Política pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) da Universidade de São Paulo (USP). É autor de livros que investigam a origem e a ascensão do bolsonarismo, sua relação com a pandemia e temas como negacionismo, lawfare e neofascismo no Brasil.

O elitismo histórico-cultural, afirma ele, “é uma força social que organiza os arranjos da sociedade com bases em categorias de distinção, de forma a criar uma gramática da desigualdade e uma hierarquia moral que rege os funcionamentos social, político e econômico da nação”.

CAPA – Na capa desta edição, a CLT completa 80 anos sob a mira do capital. Desde sua promulgação, atacada por setores patronais, a legislação trabalhista, mesmo com alterações e até propostas para sua revogação, sobrevive. Na opinião de especialistas, esse patrimônio continua sendo indispensável em uma realidade em que a precarização do trabalho e os ataques aos direitos rondam os trabalhadores.

SAÚDE MENTAL – Em Porto Alegre, são alarmantes a precarização da estrutura e dos serviços públicos de saúde mental, bem como o aumento dos indicadores de suicídio infantojuvenil nas periferias.

Confira também: Luis Fernando Verissimo, Marcos Rolim, Marco Weissheimer, Fraga, Edgar Vasques, Rafael Corrêa e Santiago. 

Boa leitura!

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