POLÍTICA

New York Times escancara congressista próximo ao clã Bolsonaro por mentir a eleitores

Deu no New York Times: George Santos, filho de brasileiros, o deputado da extrema direita dos EUA mentiu em currículo e tem crime registrado no Brasil; ele é próximo de Eduardo Bolsonaro
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 21 de dezembro de 2022
New York Times escancara congressista próximo ao clã Bolsonaro por mentir a eleitores

Foto: Reprodução/Twitter

Desmentido pelo New York Times, apoiador de Donald Trump, próximo de nacionalistas brancos e teóricos da conspiração da extrema-direita norte-americana, George Santos se encontrou recentemente com Eduardo Bolsonaro (PL/SP)

Foto: Reprodução/Twitter

O jornal New York Times (NYT) revelou no último dia 19 que o primeiro republicano abertamente gay eleito deputado federal nos Estados Unidos, o filho de imigrantes brasileiros George Santos, se utilizou de uma espécie de “conto de fadas” para turbinar sua campanha.

Segundo o periódico, a narrativa de que Santos seria a “incorporação completa do sonho americano” e concorreu para protegê-lo pode ser em grande parte uma ficção, que contribuiu para que o partido Republicano conquistasse uma estreita maioria na Câmara dos Deputados daquele país.

O congressista eleito é apoiador de Trump, próximo de de nacionalistas brancos e teóricos da conspiração de extrema-direita. Recentemente encontrou-se  com Eduardo Bolsonaro (PL/SP)

Considerado um jornal de referência nacional para os americanos, o NYT concretamente revelou que partes da biografia de Santos vendidos aos eleitores são falsos ou incompletos.

O deputado eleito que tem proximidade com políticos da extrema direita brasileira como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) disse ter saído de uma faculdade pública da cidade de Nova York, a Baruch College, para se tornar um “financista e investidor experiente de Wall Street”, com um portfólio imobiliário familiar de 13 propriedades e uma instituição de caridade de resgate de animais que salvou mais de 2.500 cães e gatos.

O conto desmentido pelo New York Times

No entanto, a reportagem apontou que na instituição de ensino superior que Santos afirma ter se formado em 2010 nenhum registro com o seu nome foi encontrado. Também uma informação divulgada no site do Comitê Republicano sobre uma possível passagem pela Universidade de Nova York (NYU), foi desmentida por um porta voz da NYU.

Nenhum registro sobre as alegadas propriedades foram encontradas pelos autores da matéria, os jornalistas Graça Ashford e Michael Gold.

Da mesma forma, o Citigroup e o Goldman Sachs, maiores empresas do ramo de serviços financeiros do mundo, onde Santos disse ter trabalhado, disseram que não foi possível encontrar o seu nome entre os quadros funcionais.

Outro “mistério” indicado pelo jornal é o comando que Santos alegou ter sobre a empresa familiar Devolder Organization. Não há dados sobre clientes da empresa “que não tem site público ou página no LinkedIn”, escreveram os jornalistas. A única informação encontrada sobre a Devolder Organization dá conta que ela foi aberta em 2021 na Flórida, mas, porque não arquivou os relatórios anuais necessários, está inativa.

Já sobre a Organização Friends of Pets United, a procuradoria-geral de Nova York, de Nova Jersey e da Flórida informou não haver registros da entidade como uma instituição de caridade. O mesmo foi dito pela Receita Federal dos Estados Unidos que não achou dados sobre isenção de impostos.

Crime no Brasil

O NYC ainda apresenta uma acusação criminal contra Santos por fraude de cheques no Brasil.

Nascido no distrito novaiorquino do Queens, Santos passou um tempo ao lado da mãe em Niterói, RJ. Ela que morreu em 2016 trabalhou como enfermeira.

Foi nessa ocasião que em 2008, Santos teria roubado um talão de cheques de um paciente e o usou para fraudar compras.

Mesmo após ter confessado o crime e ser acusado na Justiça, o caso continua sem solução, segundo apurou o jornal com o tribunal e o promotor responsável no Brasil.

Santos, registrou o NYC, não atendeu a uma série de pedidos para que fornecesse documentos para comprovar a história que contou durante a campanha e não aceitou ser entrevistado.

 

Comentários