SAÚDE

Seis regiões de Saúde do RS mantêm alerta máximo para Covid-19

Recursos das prefeituras de Passo Fundo, Caxias do Sul, Erechim e Taquara reduzem classificação para risco médio de contágio no mapa do distanciamento controlado
Da Redação / Publicado em 6 de julho de 2020
Empresas realizam ações de desinfecção de locais públicos em Porto Alegre, a fim de combater a pandemia do coronavírus

Foto: Cesar Lopes/PMPA

Empresas realizam ações de desinfecção de locais públicos em Porto Alegre, a fim de combater a pandemia do coronavírus

Foto: Cesar Lopes/PMPA

A análise dos 37 recursos apresentados por municípios e associações das regiões preliminarmente classificados com bandeira vermelha na nona rodada do Distanciamento Controlado adotado pelo governo estadual recuou para bandeira laranja a classificação de risco de contágio por Covid-19 as regiões de Passo Fundo, Caxias do Sul, Erechim e Taquara.

As regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeira das Missões e Pelotas estão na bandeira vermelha. Por decisão local, a prefeitura de Rio Grande, classificada com risco alto de contágio, adotou a bandeira preta para atividades não essenciais e circulação na orla, por uma semana, a partir desta segunda-feira, 6. Pelotas também não contestou a classificação em bandeira vermelha.

O estado registrou 32 mortes por Covid-19 em 24 horas e totaliza 759 mortes pela doença nesta segunda-feira. O total de casos atingiu 32.401, com mais de 25 mil pacientes recuperados. A taxa média de ocupação de leitos de 71%.

A presidente do Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Margarete Ferretti, alertou que além da lotação próxima do limite em leitos de UTI, os atendimento às vítimas de Covid-19 nos hospitais públicos está cada vez mais restrito, devido à falta de medicamentos e insumos.

“Sem anestésicos, os hospitais estão desesperados, apelando para o governo do estado e para o Ministério da Saúde”, ressaltou.

A partir da próxima terça-feira, 7, entram em vigor regras mais rígidas de distanciamento social em Porto Alegre. O decreto 20.639 publicado na madrugada desta segunda-feira, 6, prevê, entre outras restrições, o fechamento por 15 dias de salões de beleza, academias e Mercado Público. Também proíbe estacionar na Área Azul, interdita parques, como a Orla do Guaíba. A partir de quinta-feira, 9, bloqueia de vales-transporte para trabalhadores de estabelecimentos que não estão autorizados a funcionar.

“Se antes estávamos em um momento de alerta, agora é de perigo. Infelizmente, as projeções de aumento da demanda por UTIs se concretizaram e precisamos controlar a contaminação. Para isso, é necessário que as pessoas circulem menos e fiquem em casa”, afirma o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), ressaltando que “nenhum lugar do mundo conseguiu frear o avanço da doença sem aplicar o isolamento social”. A capital tem a maior incidência de contágio do estado, com 3.159, casos confirmados, sendo 82 em 24 horas, e 118 mortes.

Imagem: Seplag

Imagem: Seplag

Atualização mantém 5,9 milhões de pessoas sob restrições mais rígidas por alto risco de contágio

Na avaliação prévia do distanciamento controlado, metade das 20 regiões de saúde usadas no modelo foram enquadradas na bandeira vermelha, ou seja, a identificação de risco alto de contaminação devido à desobediência aos protocolos de isolamento e à superlotação de hospitais públicos.

Com a atualização, 52,9% da população gaúcha (5,9 milhões de habitantes) está sob restrições mais rígidas impostas pela bandeira vermelha.

Dos 155 municípios classificados com nível alto, 87 podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio. O mapa definitivo, com seis regiões classificadas em vermelho (risco alto) – Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Palmeira das Missões e Pelotas – e as outras 14 em laranja (risco médio), foi divulgado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) após reunião do Gabinete de Crise. A vigência das novas bandeiras começa à 0h desta terça-feira, 7 e se encerra às 23h59 da próxima segunda-feira, 13.

Segundo Leite, a decisão de reconsiderar as quatro bandeiras levou em conta, principalmente, o aumento na capacidade hospitalar na comparação com o índice de contágio da população. Explicou que existe certa dose de “subjetividade” e de confiança nessas regiões, sem deixar o alerta aceso para os próximos dias.

“É claro que a decisão recai numa ponderação, que usa os dados, mas que tem alguma dose de subjetividade, que é natural e desejável que se tenha. Afinal, há argumentos para que se feche tudo (estabelecimentos) com sua dose de razão, e de outro lado, que também têm razão, há aqueles que querem que se abra o máximo possível. Nós queremos estabelecer a melhor conciliação, preservando vidas, reduzindo taxa de contágio e mantendo os casos dentro da capacidade de atendimento, punindo o menos possível a economia, a renda e os empregos dos gaúchos”, destacou Leite em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

O estado passa pelo momento mais crítico desde o último domingo e está na 28ª semana epidemiológica, quando historicamente a rede de saúde gaúcha registra aumento de demanda por doenças respiratórias e outras agravadas pelo frio e pode haver sobrecarga com os casos de Covid-19, destacou.

“Está nas nossas mãos termos menos restrições às atividades econômicas e que essas restrições se deem em tempo e proporção menores. Estamos passando, nos próximos 15 dias, pelo momento mais sensível, mais difícil, especialmente na Região Metropolitana, devido a um aumento constante e persistente dos casos de coronavírus e de internações em leitos de UTI. Por isso, pedimos que nos ajudem, cumprindo os protocolos, especialmente nessas próximas semanas”.

A coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, também participou da transmissão e, mostrando gráficos comparativos do Rio Grande do Sul com outros estados, indicou que a estratégia do Distanciamento Controlado tem dado certo.

“Estamos bem em relação ao resto do Brasil no número de casos, na situação de atendimento hospitalar e na taxa de óbitos proporcional à população. Mas não podemos esquecer que nosso objetivo é salvar vidas. O que a gente quer é que o menor número possível de famílias sejam afetadas por um óbito, por isso a importância dos leitos de UTI e de manter o alerta e o monitoramento dos indicadores, para não perdermos o controle da situação”, reforçou Leany.

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