EDUCAÇÃO

Sindicato dos professores e representações patronais abrem negociações 2021

Tratativas das Convenções Coletivas de Trabalho se darão por nível de ensino, com reuniões semanais. Professores da educação básica definiram pauta de reivindicações em Assembleia no dia 27 de fevereiro
Por Valéria Ochôa / Publicado em 8 de março de 2021
Em 2020, negociações foram realizadas de forma virtual durante todo o primeiro semestre

Foto: Ascom Sinpro/RS

Em 2020, negociações foram realizadas de forma virtual durante todo o primeiro semestre

Foto: Ascom Sinpro/RS

As negociações coletivas da educação básica e da educação superior deste ano, assim como aconteceu em 2020, se darão em meio à grave crise sanitária e econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, ao clima de insegurança e a mudanças nas medidas do governo do estado em relação ao Sistema de Distanciamento Controlado, que impactam na presencialidade dos estudantes e professores nas escolas.

“Estamos em um momento altamente complexo”, diz Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. “Por um lado, temos uma conjuntura sanitária, política e econômica dificílima; por outro, os professores trabalhando presencial e remotamente para manter a qualidade do ensino-aprendizado neste contexto. A continuidade da pandemia precariza a empregabilidade, limita a atratividade e as potencialidades da educação e, por consequência, compromete a própria atividade dos professores pela sobrecarga de tarefas e inseguranças de toda ordem. ”

Para a direção do Sinpro/RS, a dinâmica de reuniões virtuais com as representações patronais nunca foi impeditiva para a concretização das tratativas. “Todos já se adaptaram a essa modalidade. Nossa expectativa, sim, é de que as negociações ganhem um processo mais ágil neste ano. Em 2020, as tratativas se estenderam ao mês de julho.”

EDUCAÇÃO BÁSICA – Entre os destaques aprovados pelos professores para a mesa de negociação deste ano, estão a redução de 20% da diferença percentual existente entre os valores hora-aula pagos aos professores dos anos iniciais e os dos anos finais do ensino fundamental, a reposição da inflação aos salários (INPC) e a remuneração aos professores do trabalho extraordinário decorrente do ensino remoto, além de regramento para o uso de imagem dos docentes nas aulas gravadas, entre outros pontos.

“O ano letivo exige dos professores a continuidade do trabalho estendido por conta do ensino a distância. Nossa expectativa é de que a negociação coletiva resulte em uma Convenção Coletiva que reconheça esse trabalho e garanta o direito dos professores em escolas privadas que praticamente não tiveram diminuição dos alunos”, afirma Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS.

Negociações se darão com o Sinepe/RS e Sindiman

As negociações da educação básica e da superior irão ocorrer com o Sinepe/RS, com o qual, historicamente, o Sinpro/RS negocia anualmente a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), e o Sindicato das Mantenedoras das Instituições Comunitárias de Ensino Superior (Sindiman).

Desde 2016, quando as instituições comunitárias de ensino romperam com o Sinepe/RS, até 2020, o Sinpro/RS negociou com o coletivo das instituições comunitárias um Acordo Coletivo Plúrimo, com validade para as 14 instituições de educação superior (Ices) participantes desse processo. Em 2020, o Ministério da Economia reconheceu o Sindiman como Sindicato patronal, o que dá condições para que o resultado das negociações coletivas seja consolidado na forma de CCTs.

“Estamos tratando de quatro Convenções Coletivas – duas da educação básica e duas da educação superior”, explica Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS.

MOÇÃO PÚBLICA

Sinpro/RS reforça mobilização pela vacinação dos professores

A Assembleia dos professores da educação básica, realizada no dia 27 de fevereiro, aprovou Moção Pública, apresentada pela direção do Sindicato referente às aulas presenciais e à vacinação contra a covid-19.

No documento, os professores criticam o governo federal pelo “desleixo e a omissão no provisionamento de vacinas contra a covid-19 e pela morosidade da vacinação no país”; e repudiam o Decreto do governo do estado que isentou a educação infantil e os dois primeiros anos do ensino fundamental das restrições às atividades letivas presenciais e às representações patronais “pela defesa desta política”.

“Considerando a gravidade do cenário atual, com a ameaça de colapso total do sistema de saúde, e os riscos continuados de infecção dos professores em atuação nas atividades presenciais das escolas, a Assembleia ratifica a iniciativa do Sinpro/RS e da Fetee/Sul de recurso à instância judicial contra o Decreto do governo do Estado que autoriza aulas presenciais na educação infantil e no primeiro e no segundo ano do ensino fundamental no cenário de bandeira preta”.

Na Moção, o Sinpro/RS “ratifica também a necessidade de implementação urgente da vacinação dos professores e dos demais trabalhadores da comunidade escolar, bem como de concretização de uma efetiva campanha de vacinação de todos os brasileiros, de forma a dar segurança sanitária, condição indispensável para a recuperação da economia, do emprego e do início da retomada da convivência social”. Acesse a íntegra do texto em www.sinprors.org.br.

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