JUSTIÇA

PF realiza busca e apreensão em residência de Bolsonaro e prende tenente-coronel Mauro Cid

Além do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, dois seguranças próximos também foram presos preventivamente. O motivo é a falsificação de dados sobre vacinação contra a covid-19
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 3 de maio de 2023
PF investiga crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde

Foto: Reprodução Redes Sociais

PF prendeu o tenente-Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro

Foto: Reprodução Redes Sociais

O ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, foi preso no início da manhã desta quarta-feira, 3, pela Polícia Federal (PF).

Com o nome de Operação Venire, a ação dos agentes ocorre em Brasília e no Rio de Janeiro para cumprir mandatos do inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Residência de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro está no momento com policiais cumprindo busca e apreensão.

Ao todo são 16 mandados. Seis de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão.

Até o momento a PF informa que, além de Cid foram presos o atual secretario municipal de Duque de Caxias, João Carlos Souza Brecha, e dois seguranças do ex-presidente, o policial militar Max Guilherme e Sérgio Cordeiro.

Cordeiro é capitão do Exército há mais de 30 anos e acompanha Bolsonaro desde sua época de deputado federal na Câmara. Guilherme é considerado o segurança mais próximo do ex-presidente durante o seu mandato.

Os dois acompanharam e permaneceram ao lado de Bolsonaro em sua recente estadia em Orlando nos Estados Unidos.

Já o atua secretario municipal de Duque de Caxias, João Carlos Souza Brecha, ocupou durante o mandato de Bolsonaro o cargo de Assessor Especial do Presidente da Indústrias Nucleares do Brasil, estatal vinculada ao Ministério das Minas e Energia.

PF investiga informações falsas sobre vacinação contra a covid-19

Segundo a PF, a Venire investiga crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde.

O que está sendo apontado até o momento é que o objetivo do grupo “seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”.

Em nota, a PF ainda informou que entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 foram feitas inserções falsas que “tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, acrescentou a PF.

Entre os documentos alterados estariam além dos detidos os da filha e a esposa de Mauro Cid, do próprio presidente na ocasião e de sua filha, Laura Bolsonaro.

Os fatos investigados são considerados os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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