MOVIMENTO

Porto Alegre sediará em janeiro o Fórum Social das Resistências

Mobilização por democracia e direitos dos povos e do planeta terá plenárias, assembleia e ocupação do Parque Farroupilha
por Gilson Camargo / Publicado em 16 de dezembro de 2016
Marcha pela Vida e Liberdade Religiosa no Fórum de Porto Alegre, que em 2017 será marco de resistência a uma conjuntura de retrocessos

Foto: Marcelo Camargo/ ABr

Marcha pela Vida e Liberdade Religiosa no Fórum de Porto Alegre, em janeiro deste ano. Em 2017, o evento assume caráter de resistência a uma conjuntura de retrocessos pós-golpe de Estado

Foto: Marcelo Camargo/ ABr

A conjuntura mundial de retrocessos políticos, sociais, econômicos e o aprofundamento da crise ambiental determinaram uma mudança estratégica na organização do Fórum Social de Porto Alegre, que será realizado de 17 a 21 de janeiro de 2017. Desta vez, o debate será pautado pela resistência à volta do neoliberalismo com suas investidas contra os direitos sociais e trabalhistas, criminalização dos movimentos sociais, privatizações e retrocessos.

O Fórum Social das Resistências (FSR), assim como o Fórum Social Mundial, contrapõe o Fórum Econômico de Davos, evento que por sua vez congrega o pensamento neoliberal responsável pela crise civilizatória apontada pelos movimentos sociais. “Nossa proposta é uma iniciativa de vários organizações e movimentos sociais brasileiros em diálogo com atores e atrizes sociais da América Latina e do Mundo”, informa o Conselho Institucional do FSR. O encontro será preparatório ao Fórum Social Mundial (FSM) que ocorre de dois em dois anos desde a primeira edição realizada na capital gaúcha, em 2001. Em janeiro de 2016, o FSM foi realizado em Montreal, no Canadá. A próxima edição, em 2018, ainda não tem local definido – o que inclusive será pauta nesse encontro.

Com uma programação voltada para a defesa da democracia e dos direitos dos povos e do planeta, a programação do FSR terá plenárias, assembleia e um movimento de ocupação do Parque Farroupilha. A proposta dos organizadores é promover a convergência das várias iniciativas de coletivos, movimentos e organizações sociais em lutas e resistências contra o retrocesso e a perda de direitos sociais e trabalhistas: reunir essas várias experiências para troca de informações, criar pontos de contatos e pensar formas de unir e acumular forças.

A crise da democracia brasileira após o golpe de estado que retirou do poder a presidente eleita Dilma Rousseff, com agravamento da crise econômica, insegurança institucional e ativismo jurídico, se configura como cenário bem diferente de outras edições do Fórum de Porto Alegre. Em 2003, por exemplo, o evento foi protagonista de um chamado internacional pela paz às vésperas da invasão no Iraque que mobilizou milhões de pessoas em diversos países.

No dia 17 de janeiro será realizado um ato internacional em defesa das lutas e resistências no Brasil, na América Latina e no Mundo. Nos dias 18 e 19 haverá rodadas de debates de convergências das temáticas centrais dos processos de resistências e Assembleia dos Povos Luta e Resistências, no Auditório Araújo Vianna, a partir das 14h. Os dias 20 e 21 serão reservados para agendas e atividades autogestionadas e ocupação do Parque Farroupilha com barracas, atividades políticas e culturais, mostras, expressões artísticas e atos políticos. Na programação paralela do 16º FSM haverá palestras e seminários sobre Comércio Justo e Artesanato, FSM da População Idosa, FSM da Bioética, Fórum Socio Ambiental Mundial, FSM da Cultura, FSM Legislativo, FSM PNES. Também terá o Acampamento Intercontinental da Juventude e o Forinho, destinado às crianças.

As alterações e acréscimos na programação do FSR e a programação paralela do 16º FSM podem ser acompanhadas no site www.forumsocialportoalegre.org.br

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