MOVIMENTO

Greve geral na Argentina

É a quinta greve geral convocada contra o governo de Macri desde a sua posse em dezembro de 2015. Ocorre em meio ao desemprego e a crescente inflação e desvalorização da moeda nacional
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 29 de maio de 2019

Foto: reprodução Página 12

Foto: reprodução Página 12

As principais cidades argentinas amanheceram esta quarta-feira, 29, sem transporte público, coleta de lixo, bancos fechados e professores das escolas públicas de braços cruzados, além dos serviços de saúde limitados a casos de emergência. É a quinta greve geral convocada contra o governo de Maurício Macri desde a sua posse em dezembro de 2015. O protesto ocorre em meio ao desemprego da população e a crescente inflação e desvalorização da moeda nacional.

O movimento iniciou exatamente a meia noite pela Confederação Geral do Trabalho da República Argentina (CGT) que paralisou ainda os voos domésticos e internacionais nos aeroportos do país. Antecipando-se à crise, um dia antes da greve geral de 24 horas convocada pela CGT, quatro companhias aéreas cancelaram suas viagens do Chile para a Argentina: Latam, Sky Airline, Aerolineas Argentinas e KLM.

Além disso, os principais acessos a Buenos Aires como a ponte Pueyrredón e a ponte La Noria foram bloqueadas com a mobilização sindical.

Enquanto representantes do governo Macri afirmam que a greve é um movimento para desgastar Macri que concorre a reeleição no próximo mês de outubro, os sindicalistas respondem apresentando números da combalida economia do país.

Em abril, a inflação atingiu 55,8% no comparativo anual e nos primeiros quatro meses do ano acumulou 15,6%. Em 2018, a economia caiu 2,5% e o desemprego subiu para 9,1% devido a recessão.

Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina em março de 2019 o índice mensal da atividade econômica (Emae) caiu 1,34% em relação ao mês anterior e de 6,8% em relação ao mesmo período em 2018. O Emae reflete a evolução ou o declínio da economia dos setores produtivos do país e é um indicador econômico que reflete os fechamentos de fábricas que a Argentina sofreu e suas consequentes demissões em massa.

Diante da situação, até o momento o presidente Macri não se manifestou e, em meio às mobilizações, foi à cidade de El Palomar que fica da área urbana da capital para celebrar com as Forças Armadas o Dia do Exército Argentino.

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