MOVIMENTO

Motoristas de aplicativos de passageiros paralisam nas capitais

Protesto contra reajustes de combustíveis, baixa remuneração, promoções e punições mobilizou 90% dos condutores que têm carros alugados em Porto Alegre
Por Gilson Camargo / Publicado em 17 de março de 2021
Em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, categoria informou a adesão de 650 motoristas

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, categoria informou a adesão de 650 motoristas

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

A greve nacional dos condutores que atuam no transporte de passageiros pelos aplicativos das empresas Uber, 99, Cabbify e Indriver mobilizou a maioria dos trabalhadores nas capitais do país nesta quarta-feira, 17. De acordo com lideranças do movimento, os trabalhadores devem permanecer com os celulares off line para não atender aos chamados de corridas até a meia-noite.

Os trabalhadores que já haviam paralisado no dia 23 de fevereiro reivindicam reajuste de tarifas com a atualização do valor do quilômetro rodado e o fim das promoções 99 Poupa e Uber Promo, que reduzem a sua remuneração ao conceder descontos aos usuários. No Rio Grande do Sul, houve mobilizações em Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Caxias do Sul.

Na capital, motoristas fizeram concentrações em vários pontos, saindo depois em carreatas até as sedes dos aplicativos. Uma das concentrações, apoiada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Aplicativos (Simtrapli-RS) e pelo grupo Uber na Quebrada, foi realizada no Porto Seco, na zona norte.

Greve contou com a adesão de motoristas que trabalham com carros alugados

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Greve contou com a adesão de motoristas que trabalham com carros alugados

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

O movimento conta com a adesão dos condutores que trabalham com carros alugados e que correspondem a cerca de metade da frota. Em Porto Alegre a frota tem cerca de 25 mil condutores e aproximadamente 10 mil atuam na região metropolitana.

De acordo com a secretária-geral do Simtrapli-RS, Carina Trindade, cerca de 50% desses motoristas não são proprietários de veículos e vêm sentindo de maneira mais impactante o efeito da redução de tarifas, altas dos combustíveis, promoções que reduzem ainda mais a margem de lucro e das punições impostas pelas empresas.

Do contingente de cerca de 18 mil motoristas que alugam carros para trabalhar, 90% aderiram à paralisação na capital e Grande Porto Alegre, segundo a dirigente.

Em Caxias do Sul, 650 motoristas do Uber e 99 paralisaram, de acordo com Julio Almeida, liderança do grupo Os Madrugas. “O protesto é contra os reajustes do preço da gasolina, as promoções e punições dos aplicativos e por mais segurança, mas principalmente o alto preço dos combustíveis”, ressalta.

 

Em Cuiabá (MT), motoristas fizeram a quarta paralisação contra aumentos dos combustíveis e taxas cobradas pelas plataformas

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Em Cuiabá (MT), motoristas fizeram a quarta paralisação contra aumentos dos combustíveis e taxas cobradas pelas plataformas

Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Os aumentos de preços de combustíveis e as taxas cobradas pelas plataformas motivaram protestos em outras capitais. Em Cuiabá, a manifestação ocorreu em frente à Praça das Bandeiras, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA). Foi a quarta mobilização da categoria ante os aumentos de 54% no litro da gasolina somente neste ano, informou a Associação de Motoristas de Aplicativos de Mato Grosso (AMA-MT). “A plataforma abaixa o preço das corridas e tira do motorista, não é isso que queremos. A outra questão é o preço do combustível. Já orientamos nossos associados a fazerem a conversão para o gás natural e estamos tendo resultados satisfatórios”, disse Cleber Cardoso, presidente da AMA-MT.

Em João Pessoa, os condutores fizeram ato no centro e carreata contra a alta no preço dos combustíveis, redução de impostos. Eles reivindicam a revisão nas tarifas que não são reajustadas há cinco anos. O protesto começou por volta das 8h, no estacionamento do Espaço Cultural José Lins do Rêgo, e se estendeu até próximo do meio-dia, com a realização de atos em postos de combustíveis. A Associação dos Motoristas de Transporte Privado Individual da Paraíba (AMTPI-PB) informou que a categoria retornaria ao trabalho a partir da meia-noite.

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