GERAL

Pinceladas de Post a Visconti revelam o Brasil do passado

Publicado em 10 de setembro de 2000

Uma seleção de obras clássicas pertencentes ao Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) do Rio de Janeiro, realizadas entre o século XVII e XIX, finalmente pode ser vista até o dia 20 de agosto no Museu de Arte dos Rio Grande do Sul – Ado Malagoli (Margs). A exposição iniciada na primeira quinzena de julho, trouxe aos gaúchos a mostra De Frans Post a Eliseu Visconti. Trata-se de uma rara oportunidade para o público conhecer uma parte importante da memória visual do Brasil. De acordo com Fábio Coutinho, diretor do Margs, além de possibilitar momentos de fruição artística, esta mostra suscita uma reflexão sobre as razões que oficializaram o novo padrão estético e como essa ruptura influenciou na consolidação da ordem social e política vigente no País.

A exposição reúne 48 pinturas a óleo representando desde paisagens do litoral pernambucano, do holandês Frans Post, às expressivas composições em estilo acadêmico, de Pedro Américo, passando por cenas épicas, retratos e naturezas-mortas, qualificadas como neoclássicas, até as experiências impressionistas de Eliseu Visconti. Entre os artistas escolhidos para a mostra estão também Antônio Parreiras, Arthur Thimóteo da Costa, Henrique Bernardelli, Araújo Porto Alegre, Pedro Alexandrino, Pedro Weingärtner, Rodolfo Amoedo, Victor Meireles, Jean Baptiste Debret, Nicolas Antonie Taunay, entre vários outros. Uma apresentação detalhada da evolução dos estilos artísticos e da formação estética dos pintores deste período, assinada pelo curador da mostra, Pedro Xexéo, pode ser encontrada no catálogo da exposição, ricamente ilustrado com reproduções dos óleos selecionados. O catálogo de 101 páginas pode ser adquirido na loja do Margs por R$ 20,00.

A vinda deste acervo a Porto Alegre faz parte de um projeto de parcerias firmado entre a secretaria estadual de Cultura e MARGS com os principais museus do País. O MNBA é um dos mais importantes do Brasil e guarda um acervo precioso de arte nacional e internacional, contando com a maior coleção da pintura brasileira do século XIX. Seu acervo originou-se da coleção que chegou ao Brasil com a missão francesa, considerada um marco importante para a cultura nacional. A missão francesa de 1816 introduziu oficialmente o ensino das belas-artes, estabelecendo uma ruptura com o estilo colonial barroco, marcado pelo autodidatismo. A exposição conta com monitoria e pode ser visitada de terças a domingos, das 10h às 19h, nas pinacotecas do Margs – Praça da Alfândega, s/nº, com entrada franca. (Victor Lourenço)

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