EDUCAÇÃO

Lista de endereços causa polêmica

Publicado em 20 de julho de 1998

O processo eleitoral do Sinpro/ RS que culminará nos dias 25, 26 e 27 de agosto também é muito criticado pela chapa 2, Sinpro Alternativo. O professor Ricardo Fortes fala que a oposição não se conforma por ter sido negado pela direção do Sinpro/RS o seu pedido da listagem com nome e endereço dos associados eleitores. Ele se refere ao ofício emitido no dia 14 de julho passado pela Diretoria Colegiada, informando à comissão eleitoral que os endereços dos associados aptos a votar não serão entregues diretamente às chapas concorrentes ao pleito, mas garantindo o direito das chapas de enviar seus materiais de propaganda eleitoral através de um prestador de serviços da entidade. “O procedimento de entrega direta dos endereços às chapas viola a privacidade de nossos associados”, diz o documento assinado pelo professor Amarildo Pedro Cenci, coordenador da Secretaria de Administração e Finanças do Sinpro/RS.

O professor Rômulo Escouto, integrante da comissão eleitoral, encara com naturalidade as críticas que, conforme ele, vêm de ambas as chapas. Ele esclarece que a comissão foi eleita em assembléia geral e é formada por cinco professores, e um repre-sentante da atual direção da entidade, que não tem direito a voto. A partir da inscrição das chapas, cada uma pôde indicar um representante. Ele ressalta que todos os documentos solicitados têm sido fornecidos, conforme o estatuto da entidade, “inclusive coisas que não estão previstas nós fornecemos, para evitar problemas” resume.

“A direção do sindicato nega o livre-acesso a essa listagem e impõe que a chapa 2 envie seus materiais para uma empresa que serve a atual direção, que é a chapa 1. Essa empresa dobra e etiqueta o nosso material e cobra por esse serviço. Isso é grave. A direção está nos impondo para quem nós entregamos em primeira mão nosso material. E impondo onde vamos gastar o dinheiro nessa campanha, pois nos obriga a usar uma empresa que nos cobra por esse serviço, quando poderíamos fazer isso até de graça”, contesta a professora Rejane de Oliveira.

Para o professor Marcos Fuhr, da chapa 1, o direito de enviar material aos associados é assegurado a todos os concorrentes. Ele concorda com a posição do sindicato de não liberar seu cadastro, que avalia ser patrimônio da entidade. “Além disso, a diretoria não pode liberar o cadastro porque, com o decorrer do tempo, a categoria poderia passar a receber correspondências que extrapolem o processo eleitoral. O momento não pode mudar a prática usual”. Segundo o professor, o prestador de serviços não serve à atual direção, mas sim ao Sinpro/RS. “Nada impede, no entanto, que as chapas acompanhem todo o processo de postagem”, coloca.

Quanto ao custo do serviço, Marcos afirma que é o mesmo preço para as duas chapas. Também lembra que, por decisão da assembléia geral que definiu o processo eleitoral, foi estabelecida uma verba de apoio para ser dividida entre as chapas, mediante prestação de contas à entidade. Nesta eleição, R$ 2.500,00, para cada grupo.

Ricardo Fortes também queria que a chapa 2 pudesse colocar um representante junto a uma mesa com material informativo na sede do sindicato, mas denuncia que isso foi negado. “Vamos tomar uma providência, porque se eu chego no sindicato e quero me informar da chapa 1, encontro todo mundo aqui dentro. Mas se quero me informar da chapa 2, cadê as pessoas?” O professor afirma que, pelos estatutos, as chances têm de ser iguais para todos e ele quer esse direito assegurado.

O atual coordenador da Secretaria de Administração e Fi-nanças do Sinpro/RS, professor Amarildo Cenci, procurado pelo Extra Classe, informou que a entidade já definiu junto a Comissão Eleitoral no dia 6 de julho passado que vai dispor de um mural e uma mesa para a divulgação dos materiais dos concorrentes na sede, além de ter colocado à disposição de cada chapa uma sala com telefone na antiga sede da entidade, na Galeria do Rosário, centro de Porto Alegre. “É a estrutura que a entidade pode dispor. Não se pode reduzir o espaço físico de funcionamento do sindicato”, assegura.

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