EDUCAÇÃO

Reitores nomeados por Bolsonaro criam associação paralela

“Afebras” representa seis instituições dissidentes da Andifes, que tem 69 universidades federais e quatro centros tecnológicos e institutos federais de educação, ciência e tecnologia
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 4 de fevereiro de 2022

Foto: MEC/ Divulgação

Ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro (C) participou do ato de criação da nova associação

Foto: MEC/ Divulgação

Reitores nomeados em 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sem vencer o tradicional crivo de eleições internas nas comunidades acadêmicas criaram ontem, 3, a Associação dos Reitores das Universidades do Brasil (Afebras) que conta no momento com seis instituições para representar junto ao Ministério da Educação (MEC).

A entidade surge para atuar em paralelo à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que representa cerca de 69 universidades federais, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) e dois Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs).

As instituições representadas pela Afebras são as universidades federais Rural do Semi-Árido (Ufersa), do Ceará (UFC), do Vale do São Francisco (Univasf), de Itajubá (Unifei) dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Rural da Amazônia (Ufra).

Ludimila Serafim, secretaria-executiva da nova associação, diz que a Afebras objetiva proporcionar diálogo com as demais associações em um trabalho focado no desenvolvimento das universidades. “É uma entidade que surge para somar”, explica.

A entidade é presidida por José Candido Lustosa Bittencourt de Albuquerque, reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na elaboração da lista tríplice pelo Conselho Universitário, Albuquerque foi o que recebeu menos votos.

Tradição quebrada

Desde sua posse, o presidente Jair Bolsonaro quebrou diversas vezes a tradição de nomear para gestor principal de uma Instituição de Ensino Superior Federal o candidato com maior preferência na instituição de ensino.

Em julho do ano passado, cinco reitores de universidades federais se desligaram da Andifes. Afirmaram na ocasião que a entidade seria hostil ao governo federal. Nenhum ocupava o primeiro lugar na lista tríplice quando indicado para o cargo. Ao menos dois deles apoiaram o presidente publicamente.

Já o atual reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que integrou o grupo que debandou, Carlos André Bulhões Mendes, teve sua indicação ao cargo anunciada antecipadamente pelo deputado federal bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS). Apesar disso, até o momento a Ufrgs permanece vinculada à Andifes.

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