EDUCAÇÃO

Nota técnica do Dieese avalia cursos profissionalizantes

No ranking das 25 ocupações mais recorrentes, aparece em primeiro lugar a de Profissional de Nível Médio de Enfermagem; nas posições seguintes constavam ocupações que não necessitavam cursos técnicos
Por Nicoly Owicki / Publicado em 17 de novembro de 2023

Foto: Marcelo Camargo/ Ag.Brasil

Em 2022, 145, 4 milhões de pessoas em idade de trabalhar, não haviam concluído nível superior de ensino

Foto: Marcelo Camargo/ Ag.Brasil

 

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese) divulgou uma nota técnica em que aborda a ligação da Educação Profissional Tecnológica no Brasil com o mercado de trabalho.

O estudo analisa o alcance e a eficácia da formação profissionalizante organizada em três módulos: Qualificação Profissional (QP) ou Formação Inicial e Continuada (FIC), Curso Técnico de Nível Médio (CTNM) e Graduação Tecnológica.

A nota mostra que em 2022, no país, 145, 4 milhões de pessoas em idade de trabalhar que é considerado a partir dos 14 anos, não haviam concluído nível superior de ensino e que considera esse o público apto para realizar um curso de Qualificação Profissional.

Dentro desse número, 19,7 milhões de pessoas estavam realizando ou já haviam concluído um curso de QP. No momento da pesquisa o número de concluintes era de 16,9 milhões. Essa modalidade obteve o maior número de concluintes na Educação Profissional.

O número de pessoas aptas a realizarem Cursos Técnicos de Nível Médio que inclui estudantes de ensino médio regulares ou da Educação de Jovens Adultos (EJA), concluintes do ensino médio que não ingressaram em uma graduação ou ainda estavam cursando o ensino superior, somava 62 milhões de pessoas. Dessas, 10,9 milhões estavam realizando algum curso de CTNM ou já concluíram.

A taxa de desocupação de trabalhadores que concluíram cursos profissionalizantes tem uma leve inferioridade se comparada aos desocupados que não concluíram os seus respectivos cursos. Os que cursaram Qualificação Profissional equivalem a 8,9% da taxa de desocupação, os que não concluíram essa etapa correspondem a 10,8%. Já os concluintes de Cursos Técnicos de Nível Médio representam 8,3%, 2,6 pontos percentuais inferiores aos que não concluíram os cursos (10,9%).

Quando se trata de ocupação, a conclusão dos cursos de Qualificação Profissional resultou, em média, um valor monetário de 20% a mais dos demais trabalhadores do grupo. Os concluintes do Curso Técnico recebiam 19% a mais daqueles que não chegaram a realizar a conclusão de seus cursos.

No ranking das 25 ocupações mais recorrentes, aparece em primeiro lugar a de Profissional de Nível Médio de Enfermagem considerando os concluintes do CTNM, no total trabalhavam 447,6 mil técnicos. Nas posições seguintes constavam ocupações que não necessitavam cursos técnicos: Escriturários gerais, balconistas e vendedores de lojas.

Entre as principais conclusões da nota técnica estão: A formação profissional alcançar uma baixa parcela da população e que ainda não está em sintonia com as necessidades do público das faixas etárias mais jovens na fase de preparação. Assim como faz uma crítica ao mercado de trabalho estar desestruturado e incapaz de gerar a quantidade suficiente de vagas. Conforme o estudo, apenas a qualificação não é garantia de sucesso na busca por emprego.

Confira a lista das ocupações mais recorrentes:

Dieese

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*Nicoly Owicki é estagiária de jornalismo. Matéria elaborada com supervisão de César Fraga.

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