GERAL

Dívida ameaça patrimônio da Sociedade Ginástica Porto Alegre

Um dos mais tradicionais clubes formadores de atletas olímpicos do Brasil, a Sogipa avalia a venda de parte de sua área de 100 mil metros quadrados, onde está a sede do mais antigo grupo escoteiro do país
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 3 de dezembro de 2020

Foto: Sogipa/Site

Foto: Sogipa/Site

Uma dívida que beira os R$ 16 milhões ameaça um dos mais tradicionais clubes formadores de atletas olímpicos do Brasil a se desfazer de parte de seu patrimônio: a Sociedade Ginástica Porto Alegre (Sogipa).

Com a pandemia, a arrecadação do Clube caiu de R$ 28 milhões projetados para este ano para R$ 17 milhões. Em Nota, a Sogipa diz que a pandemia refletiu em desligamentos de sócios e de inadimplência no pagamento das mensalidades. Também, nãos entraram as receitas arrecadadas com escolinhas esportivas, terceirizados e locações de espaços.

Conflito

Foto: Grupo Escoteiro Georg Black/Site

Foto: Grupo Escoteiro Georg Black/Site

No próximo dia 10, o Conselho Deliberativo da Sogipa deve se reunir para discutir a venda de uma parte dos seus 100 mil metros quadrados, situados em uma área valorizada da capital gaúcha. Já existe proposta de um investidor para comprar 4% do total de área.

Um dos problemas para associados é que os cerca de 4 mil metros sob interesse esbarram em uma história afetiva da Sogipa: a sede de um dos grupos escoteiros mais antigos em atividade do Brasil, o George Black.

Com 107 anos, o George Black tem sua história misturada com a da Sogipa. A sede, segundo integrantes do Grupo, foi sendo construído ao longo dos anos por recursos dos próprios escoteiros, familiares e simpatizantes e não da Sogipa. Eles denunciam que a ideia de venda do terreno é uma articulação que vem sendo construída “à quatro paredes” desde o ano passado. A diretoria da Sogipa nega.

Mesmo integrante da direção da Sogipa, o chefe do Departamento de Escotismo do clube, Gilberto Moraes, critica que a solução dos problemas, que, segundo ele, tiveram sua origem há sete anos, seja resolvida com menos de 30 dias de discussão entre os associados.

Moraes lembra que foi em um processo parecido que levou a Sogipa a se endividar em 2013 para poder comprar duas casas ao lado de sua sede. “A justificativa é que era para alojar atletas e até hoje isso não está em funcionamento”, denuncia. “Há alternativas para resolver o problema”, assegura.

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