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Audiências da In Driver e 99 com motoristas terminam sem acordo

Negociação entre o sindicato dos trabalhadores e plataformas que exploram o transporte de passageiros por aplicativos no RS tem mediação da justiça do trabalho
Da Redação / Publicado em 2 de junho de 2021

Foto: Gustavo Simão/ Divulgação

Foto: Gustavo Simão/ Divulgação

Duas audiências do processo de negociação entre o Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do estado (Simtrapli/RS) e empresas do setor, com mediação do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) Rio Grande do Sul terminaram sem acordo na tarde de terça-feira, 1º. Os representantes das plataformas InDriver e 99 rejeitaram as reivindicações dos motoristas e não apresentaram contrapropostas.

Novas audiências foram agendadas pelo judiciário trabalhista. A pauta de reivindicação dos motoristas do transporte de passageiros por aplicativos foi desmembrada por empresa por determinação do TRT4 devido à disparidade nas relações dos trabalhadores com cada uma das quatro plataformas que atuam no estado.

Delegação do Simtrapli/RS

Foto: CUTRS/ Divulgação

Delegação do Simtrapli/RS

Foto: CUTRS/ Divulgação

A plataforma russa InDriver, que adota um sistema de leilão de tarifas, em que o usuário define o preço da corrida, rejeitou a proposta do Simtrapli/RS de fixação de um preço mínimo dos serviços prestados. O representante da empresa alegou que isso seria incompatível com seu modelo de negócio de leilão de valores.

O sindicato contrapôs a adoção de um valor médio de tarifa que pudesse servir de parâmetro para a decisão do trabalhador. A proposta será avaliada pela plataforma.

Além disso, avançaram as negociações sobre o aprimoramento dos canais de comunicação entre a empresa e os motoristas e sobre a questão da segurança por meio da verificação da idoneidade dos passageiros, o que no entender do Simtrapli/RS está aquém do praticado pelas outras plataformas.

O TRT4 marcou nova audiência para o dia 22 de junho, às 15h para que a InDriver responda às propostas da representação dos motoristas.

Reajuste de tarifas

A audiência com a 99 foi marcada por muita tensão. A empresa rejeitou que o bloqueio permanente da secretária geral do Simtrapli/RS, Carina Trindade, tivesse motivação antissindical.

O representante da plataforma alegou que foi aplicado o regramento do contrato, embora tenha sido invocada a cláusula de privacidade, e não revelou os motivos para a suspensão. Em nota, a 99 informa que “a motorista foi bloqueada por violar os termos de uso da plataforma”. A assessoria jurídica do sindicato informou que adotará medidas judiciais apropriadas.

A pauta em relação ao reajuste nas tarifas também não avançou. Os motoristas pedem um reajuste de 42%, o que foi rejeitado pela empresa. A suspensão do programa 99poupa que concede descontos aos usuários e reduz a remuneração dos condutores também foi rejeitada.

A representação da 99 no estado, no entanto, pediu prazo para consultar a matriz, já que reajustes foram concedidos em Florianópolis e em outras cidades. O TRT concedeu prazo até o dia 15 para que a 99 apresente uma contraproposta.

Carreata

Na próxima terça-feira, 8, haverá nova rodada de negociações, com uma audiência para a apresentação de uma proposta de indenização da Cabify aos seus motoristas. A empresa deixará de atuar no país no dia 14 de junho. A partir das 6h, haverá uma carreata unificada dos motoristas de aplicativos das quatro plataformas que atuam na capital. O protesto seguirá do Largo da Epatur até a sede do tribunal.

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