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Neonazista português preso por fomentar atentados a escolas no Brasil

Adolescente influenciava seguidores a cometer ataques em escolas e a morador de rua para monetizar nas redes; um dos atentados tirou a vida de uma estudante de 17 anos
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 9 de maio de 2024
Neonazista português preso por fomentar atentados a escolas no Brasil

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Neonazista português seria o mentor intelectual de tiroteio ocorrido no dia 23 de outubro de 2023, quando um atirador de 15 anos protagonizou um atentado à Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, deixando dois feridos e uma estudante morta, baleada na cabeça

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Um adolescente português de 17 anos de idade, defensor de ideias neonazistas, foi preso preventivamente na semana passada pela Polícia Judiciária (PJ) de Portugal por liderar ataques a escolas no Brasil. Apontado como autor intelectual do tiroteio que tirou a vida de Giovanna Bezerra, 17 anos, na Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo, planejava outros atentados. Entre eles, a captura e a tortura até a morte de um morador de rua para ser exibido nas redes, mediante pagamento.

A operação contou com o apoio da Polícia Federal (PF) brasileira. A PF investigava o ataque à E.E. Sapopemba e teve a colaboração da plataforma Discord.

Em coletiva, o diretor nacional da polícia portuguesa, Luís Neves, relatou que o adolescente movimentava uma teia de seguidores na rede social Discord e tinha planos que ela encontrasse um morador de rua para ser torturado até a morte. A ideia, segundo Neves, era monetizar as imagens do ato que seriam vendidas.

“Um dos crimes que estava a ser programado, no Brasil, era o homicídio com indícios de demorado sofrimento de um ‘mendigo’, com essas imagens transmitidas num ambiente cibernético e em que cada usuário pagaria uma quantia para assistir”, afirmou o diretor da PJ.

Com pais separados, o jovem neonazista residia uma parte do seu tempo em Santa Maria da Feira e outra em Gondomar, sub-regiões da área do Porto.

Ideias extremistas

Segundo a Agência Lusa, o despacho judicial que embasou a prisão preventiva do neonazista destacou “notório perigo concreto de continuação da atividade criminosa, quer pela reiteração dos fatos, quer pela expressiva gravidade dos mesmos”.

A peça ainda registra “ideias extremistas e radicais muito enraizadas” no jovem que tem em sua personalidade “magnitude da brutalidade e da violência”, com o agravante de ter o poder de influenciar outros jovens.

Responsável pelo mandado de prisão, a juíza Carina Realista Santos afirmou também constatar “total indiferença e desprezo” do adolescente pelos crimes.

O neonazista tinha planos para atentados em outras escolas brasileiras. Ele aguardará julgamento na prisão sob a acusação de 11 crimes: homicídio qualificado, cinco tentativas de homicídio, pornografia de menores, associação criminosa, instigação pública a um crime e apologia pública ao crime.

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