MOVIMENTO

CUT/RS tem nova diretoria

Da redação / Publicado em 8 de julho de 1997

O 8º Congresso Estadual da CUT/RS (CECUT/RS), de 4 a 6 de julho, na sede da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), teve participação de cerca de 650 delegados de todo o estado. O evento, que homenageou Che Guevara, debateu a conjuntura estadual e nacional, as estratégias da CUT para o próximo período e um balanço político-organizativo da entidade.

O debate destacou a questão da estrutura sindical. Também foram abordadas as políticas permanentes e o plano de lutas da central. Foram votadas importantes resoluções como a retirada da CUT de todos os conselhos tripartítes que tenham participação de empresários ou do governo.

Ao final, o Congresso elegeu a nova Direção. Francisco Vicente, do sindicato dos metroviários, foi escolhido presidente e Guiomar Vidor, comerciário de Caxias do Sul, vice. O coordenador da Secretaria de Formação do Sinpro/RS Cássio Filipe Galvão Bessa está entre os eleitos para a Direção Estadual, assim como a professora Rejane Silva de Oliveira, delegada eleita na última Assembléia do sindicato.

Segundo Bessa, o congresso mostrou uma divisão entre dois projetos para CUT. Um seria torná-la “mais orgânica em relação aos sindicatos, através das propostas de implementação da unificação destes, em até três anos, ao menos por região; o fim da cobrança de taxas compulsórias e outras propostas em direção à liberdade e autonomia sindical”, detalha. “O outro lado, o vencedor, foi o da manutenção da atual estrutura sindical, usando-a para grandes mobilizações contra o governo FHC e Britto”, completa.

Larry Wizniewsky participou do Congresso como delegado da Universidade de Ijuí, Campus Santa Rosa, representando a 8ª Delegacia Regional do Sinpro/RS. Ele comenta a expressiva atuação dos delegados, o que, segundo ele, comprova a existência de uma força de atração junto às repre-sentações sindicais no estado. Wizniewsky assinala a relevância dos temas das teses apresentadas, com uma percepção bastante clara da realidade brasileira por parte das entidades sindicais: “isso vai qualificar a participação do RS no Congresso Nacional”. Mas reclama de um “certo tom de patrulhamento em cima de líderes sindicais com Vicentinho, que foi repudiado porque apareceu numa campanha do governo para a prevenção contra a AIDS”, desabafa.

Rejane Silva de Oliveira, participou do CECUT como delegada do Sinpro/RS e, na sua opinião, o encontro foi mais um espaço democrático que a CUT proporcionou às entidades filiadas, com debates ricos, propiciando o aprofundamento da discussão de como a entidade deve intervir contra o projeto neoliberal. Rejane avalia que os temas discutidos foram importantes e exemplifica que no plano de lutas, a Comissão de Mulheres Trabalhadoras da CUT “apresentou sua tese de forma criativa com uma interpretação teatral, realizada pelo grupo de oficina teatral sindical, mostrando a discriminação das mulheres no lar e no movimento sindical”. Segundo ela, a eleição demonstrou que se quer uma central com iniciativas fortes, massivas, unitárias e bem planejadas.

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