MOVIMENTO

Da terra ao prato, um apelo à valorização da vida de quem produz

CUT/RS e federações lançam campanha em defesa de trabalhadores de frigoríficos e pescados no estado durante a pandemia
Da Redação / Publicado em 6 de julho de 2020
Trabalhadores dos frigoríficos e do pescado estão entre os mais atingidos pela pandemia, destacou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci

Foto: CUT-RS/ Divulgação

Trabalhadores dos frigoríficos e do pescado estão entre os mais atingidos pela pandemia, destacou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci

Foto: CUT-RS/ Divulgação

A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT/RS) e as federações dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação (FTIA/RS) e dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf/RS) lançaram na noite desta segunda-feira, 6, a campanha Da terra ao prato, em defesa da vida dos trabalhadores da cadeia produtiva dos frigoríficos e pescados em tempos de pandemia de Covid-19.

A iniciativa foi anunciada em uma transmissão pelo Facebook, com debate entre os presidentes da CUT/RS, Amarildo Cenci, e da FTIA-RS, Paulo Madeira, e pelo diretor da Fetraf-RS, Douglas Cenci, e mediação da secretária-geral da CUT/RS, Cleonice Back.

O primeiro vídeo da campanha foi exibido durante a live, mostrando a necessidade de proteção dos trabalhadores, desde a agricultura familiar até os frigoríficos.

“Queremos chamar a atenção da sociedade e pressionar as empresas e as autoridades para que sejam tomadas medidas eficazes para proteger a vida e a saúde dos trabalhadores da cadeia produtiva dos frigoríficos e pescados, que estão dentre os mais contaminados pela Covid-19 no Rio Grande do Sul”, ressaltou Cenci.

Incidência de contágio

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação relatou as condições de trabalho e saúde de empregados dos frigoríficos no estado, atividade com a maior incidência de contágio devido ao ambiente de trabalho favorável à proliferação do coronavírus.

Em maio, o setor chegou a responder por 40% das contaminações de trabalhadores por Covid-19, com diversos episódios de autuações e interdições de plantas investigadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O dirigente ressaltou que “a produção não pode vir antes do cuidado com a vida e a saúde das pessoas”.

Douglas Cenci, da Fetraf-Sul, ressaltou a importância da campanha lançada pelas entidades no sentido de chamar a atenção para a gravidade de uma situação enfrentada por todos os produtores da agricultura familiar com a pandemia, tanto pela falta de recursos para manter a produção, quanto pela exposição à pandemia.

“Não tivemos nenhum anúncio por parte dos governo estadual e federal de políticas públicas de incentivo para que esses agricultores possam continuar produzindo, mesmo sendo atingidos pela pandemia”. O clima na agricultura familiar é de insegurança, ressaltou.

“As condições de comercialização têm sido afetadas e isso nos deixa preocupados, porque a gente olha para o governo e não vê empatia em relação às nossas propostas, seja de concessão de crédito para ampliar a produção e garantir a soberania alimentar, seja em termos de uma negociação das dívidas, diante desse contexto todo agravado pela estiagem”, destacou.

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