SAÚDE

Pesquisa revela aumento da ansiedade e estresse entre jornalistas durante a pandemia

Segunda fase da sondagem vai apurar as condições de trabalho, os acordos de redução de salário e os casos de Covid-19 na categoria
Da Redação / Publicado em 5 de junho de 2020
O fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, um dos profissionais de imprensa agredidos por bolsonaristas em frente ao Palácio da Alvorada, no dia 3 de maio

Foto: Reprodução

O fotógrafo Dida Sampaio, do Estadão, um dos profissionais de imprensa agredidos por bolsonaristas em frente ao Palácio da Alvorada, no dia 3 de maio

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Os jornalistas brasileiros foram responsáveis por 22% do total de respostas dadas a pesquisa feita pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre as condições de trabalho da categoria durante a pandemia do novo coronavírus. A Federação tem mais de 40 mil jornalistas associados a 27 sindicatos estaduais e quatro municipais.

A pesquisa foi aplicada no Brasil pela Fenaj, entre os dias 26 e 28 de abril. Dos 295 jornalistas que responderam à pesquisa, 51,53% são mulheres e 48,47% são homens, sendo que 53,08% possuem vínculo empregatício formal e 46,92% são freelancers. O aumento da ansiedade e do estresse foi relatado por 177 profissionais de imprensa, equivalente a 61,25% dos entrevistados.

Sobre como a pandemia afetou os salários, 59,18% responderam que tiveram reduções e 40,82% responderam que não foram afetados negativamente em questões financeiras. Na questão sobre restrições ao trabalho de jornalista, em que a Fenaj permitiu resposta aberta, quase 70% das manifestações indicam impactos negativos entre os profissionais.

Das 295 pessoas que responderam à pesquisa, 108 foram deslocadas de editoria ou de temas que costumavam cobrir; 25% relataram perdas salariais ou redução nos benefícios; 21 pessoas foram demitidas; 15,92% relataram falta de equipamento de proteção para trabalho externo. Apenas 9,69% relataram não ter ocorrido nenhuma mudança no trabalho durante a pandemia.

Os detalhes sobre os dados referentes ao Brasil foram sistematizados pelo Departamento de Saúde, Previdência e Segurança da Fenaj que agora está convidando os jornalistas brasileiros em atividade a responderem a uma nova pesquisa, que pode mensurar as alterações desse cenário nos últimos dois meses.

O formulário para o levantamento da Fenaj está disponível com o objetivo de monitorar a contaminação por coronavírus entre os profissionais jornalistas, as condições de trabalho nas redações, saber quem continua frequentando os locais de trabalho e quem está em home office. O objetivo também é mensurar a quantidade de acordos individuais de redução de salários e jornada que as empresas de comunicação implantaram a partir da MP 936 para ter um diagnóstico da realidade do trabalho no país e avaliar possíveis ações junto aos sindicatos.

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