SAÚDE

O papel dos imunossupressores nos transplantes será tema de painel nesta terça, 3

No encontro serão tratados também dos problemas no fornecimento dos imunossupressores pelo governo federal e o impacto para os mais de 80 mil transplantados no país, que dependem da medicação para viver
Por Redação / Publicado em 2 de maio de 2022

Foto: Arquivo Pessoal

Pedro, 11 anos, depende de imunossupressores há três anos. Na foto, com a mãe, Luana.

Foto: Arquivo Pessoal

Para falar sobre o tema, o projeto Cultura Doadora, da Fundação Ecarta, reúne nesta terça-feira, 3 de maio, a farmacêutica clínica Juliana da Silva Winter, do Programa de Transplante Renal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o médico Edson Arakaki, presidente da Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), transplantado renal há 20 anos, e Luana Severo, mãe de Pedro Severo, 11 anos, transplantado pulmonar há três anos.

O painel será apresentado pela jornalista Glaci Salusse Borges, coordenadora do projeto, com transmissão ao vivo, a partir das 19h, pelo canal da Fundação Ecarta no YouTube.

Descontinuidade e morte

Assim como os transplantes, as medicações para os transplantados são garantidas pelo Sistema Único de Saúde. A irregularidade no fornecimento desses medicamentos à população transplantada do país tem sido um problema sério.

Isto porque os imunossupressores baixam a imunidade do organismo para que o corpo não rejeite o órgão transplantado. A oscilação na disponibilização desses medicamentos vem sendo denunciada com mais frequência a partir de 2017.

O problema chegou ao Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou, no último dia 20 de abril, ao Ministério da Saúde prazo de 120 dias para regularizar o fornecimento dos medicamentos de uso contínuo. O Tribunal constatou a aquisição insuficiente do Ministério da Saúde para suprir a totalidade da demanda, o que provocou a falta desses fármacos em vários estados.

Foto: Centro de Comunicação/Fiocruz

O Tacrolimo é um medicamento vital para pessoas submetidas a transplantes de rins e fígado. Trata-se de um imunossupressor, isto é, ele diminui a atividade do sistema imunológico, efeito necessário para contornar a rejeição do organismo do paciente ao órgão transplantado e garantir o sucesso do procedimento

Foto: Centro de Comunicação/Fiocruz

Os imunossupressores são ingeridos a partir de dias antes da cirurgia e depois por toda a vida do transplantado. Para pacientes que estão na fila da cirurgia, a falta dos remédios leva à suspensão do transplante. A lista de espera por um órgão no país é de mais 50 mil pessoas, sendo cerca de 2.500 somente no Rio Grande do Sul.

Cultura doadora

O projeto Cultura Doadora foi criado há 10 anos pela Fundação Ecarta para sensibilizar para a doação de órgãos e buscar melhorias na estrutura médico e hospitalar. Escolas, associações e empresas interessadas em abordar o tema podem entrar em contato com o projeto pelo e-mail culturadoadora@fundacaoecarta.org.br e fone 51. 4009.2970.

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