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Um terço das pessoas trabalha mais de 48 horas por semana

O organismo da ONU entende que horários flexíveis entre outras políticas são importantes para contrabalançar vida pessoal, profissional, negócios e produtividade
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 6 de janeiro de 2023

Um terço das pessoas trabalham mais de 48 horas por semana

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um terço dos trabalhadores do mundo trabalha mais de 48 horas semanais. O excesso pode gerar problemas que pode impactar tanto na vida pessoal quanto na produtividade das empresas é uma das principais conclusões da Organização Internacional do Trabalho (OIT)

O organismo da ONU divulgou na manhã desta sexta-feira, 6, o relatório Work Time and Work-Life Balance Around the World (Tempo de trabalho e equilíbrio entre vida profissional e pessoal em todo o mundo).

O documento foi apresentado em Genebra, Suíça, sede da OIT e ainda registrou que, por outro lado, um quinto da força de trabalho global opera em trabalho de tempo parcial, com uma carga horária menor do que 35 horas.

Segundo o diretor da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro, a situação das horas trabalhadas no país estaria “no meio” entre economias com maiores e menores horas trabalhadas.

Girando em torno de 39,5 em média, a carga brasileira fica duas horas acima da verificada entre os países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 37,5.

Riqueza, produtividade e cultura

Uma curiosidade foi identificada. Enquanto países mais desenvolvidos como os da Escandinávia (Dinamarca, Noruega e Suécia) têm uma carga por volta de 35 horas de trabalho por semana, China e Índia têm o número maior de horas trabalhadas. São 49 e 48,8 horas por semana.

Se no caso europeu acontece, de acordo com Pinheiro, porque “são países mais ricos e mais produtivos, que se dão ao luxo de ter uma média de horas trabalhadas menores”, a questão cultural é que influencia nos asiáticos.

A descoberta, no entanto, revelada pela OIT é que trabalhar mais horas do que o desejado tem efeitos negativos sobre o equilíbrio entre vida profissional e pessoal relatado pelos trabalhadores.

Em suas conclusões, a OIT identifica a necessidade da promoção de jornadas de trabalho reduzidas; de acordos de horário de trabalho flexível, como horário flexível e teletrabalho de forma mais ampla.

Políticas de trabalho nessa linha, para a organização, ajudariam a melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e acabariam beneficiando tanto trabalhadores quanto empregadores.

A pandemia x trabalho

Para a OIT, muitas pessoas não usufruíram do equilíbrio entre a família e o trabalho durante a pandemia. Em especial porque o teletrabalho é restrito a algumas categorias.

No Brasil, Pinheiro registra que houve queda na carga horária porque grande parte da população trabalha na informalidade, em atividades que não podiam ser feitas no conhecido Home Office.

No país,  apesar da média de horas trabalhadas que despencou para quase 30 horas por semana nos períodos mais difíceis da crise sanitária ter retornado à média anterior por causa da vacinação em massa da população,  a possibilidade do trabalho remoto passou a se apresentar como uma alternativa.

Mas, mais uma vez, ressalta Pinheiro, “é preciso deixar claro que o trabalho remoto, hoje, se restringe a algumas categorias.”

 

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