MOVIMENTO

Greve Geral mobilizou 45 milhões de pessoas em todo o país contra a reforma da Previdência

Segundo estimativa das centrais sindicais, anunciada em entrevista coletiva pela manhã, paralisações ocorreram em mais de 360 municípios
Por Gilson Camargo / Publicado em 14 de junho de 2019
Trabalhadores de diversas categorias e estudantes tomaram as ruas de Curitiba. Ônibus não circularam

Foto: Leandro Taques/ Midia Ninja/ Divulgação

Trabalhadores de diversas categorias e estudantes tomaram as ruas de Curitiba. Ônibus não circularam

Foto: Leandro Taques/ Midia Ninja/ Divulgação

Em todas as capitais, no Distrito Federal e em mais de 300 cidades brasileiras, trabalhadores protestam contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL) desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira, 14, dia da Greve Geral pela aposentadoria, por mais empregos e contra os cortes na educação. A estimativa das centrais sindicais é de que aproximadamente 45 milhões de trabalhadores e trabalhadoras foram envolvidos na Greve Geral, conforme balanço divulgado pelas lideranças em coletiva no final da manhã.
O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, destacou as inúmeras iniciativas judiciais das empresas de transporte e a violência policial, mas destacou o êxito do movimento. “Esta Greve Geral está sendo exitosa, apesar das práticas antissindicais de patrões e Tribunais, mesmo com a repressão policial em vários estados. Foi maior do que a greve construída em 2017 contra a reforma de Michel Temer. E nós vamos a Brasília, vamos organizar novas manifestações, coletar assinaturas e entregar um abaixo-assinado no Congresso Nacional” , afirmou.

Freitas, presidente da CUT, criticou violência policial empregada pelos governos contra grevistas e destacou êxito do movimento

Foto: CUT/ Divulgação

Freitas, presidente da CUT, criticou violência policial empregada pelos governos contra grevistas e destacou êxito do movimento

Foto: CUT/ Divulgação

No início da manhã, motoristas e cobradores de ônibus e trabalhadores dos metrôs de várias capitais cruzaram os braços. Em São Paulo, parte das linhas de ônibus, trens e várias estações do Metrô estão paradas, especialmente nas Zonas Norte e Leste da capital paulista. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Paulo João Estausia, destacou a adesão histórica das categorias representadas pela entidade. “Parabéns a todos os trabalhadores em transportes. Batemos o recorde! É o maior período que paramos todas as regiões, como ocorreu aqui em Sorocaba. Mesmo com o forte aparato policial em algumas garagens, os trabalhadores em transportes deram uma demonstração de luta e organização”.

Em capitais de estados como Ceará (Fortaleza) e Pernambuco (Recife) e no Distrito Federal (Brasília), ônibus e metrôs pararam. João Pessoa, Curitiba, Maceió, Rio de Janeiro e Salvador tiveram protestos e bloqueio de vias e saídas dos ônibus das garagens.

De accordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, 98% das fábricas permaneceram fechadas com adesão de 65 mil trabalhadores. No início da madrugada, o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o Secretário-Geral, Sérgio Nobre, participaram de concentrações de trabalhadores da Volks, em São Bernardo do Campo.

Milhares foram às ruas em Minas Gerais. Estações do metrô amanheceram fechadas e foram realizados protestos em várias vias da capital. Na Praça Afonso Arinos, teve manifestação contra a reforma da Previdência, em defesa da educação e por mais empregos. Em Juiz de Fora, também teve paralisação e protestos de diversas categorias, como bancários, professores, servidores públicos de todas as esferas

Foto: CUT/ Divulgação

Milhares foram às ruas em Minas Gerais. Estações do metrô amanheceram fechadas e foram realizados protestos em várias vias da capital. Na Praça Afonso Arinos, teve manifestação contra a reforma da Previdência, em defesa da educação e por mais empregos. Em Juiz de Fora, também teve paralisação e protestos de diversas categorias, como bancários, professores, servidores públicos de todas as esferas

Foto: CUT/ Divulgação

Os bancários aderiram à Greve Geral em todo o país. Praticamente todas as agências bancárias permaneceram fechadas. Em São Paulo, principal centro financeiro do país, os bancos não abriram. “Os bancários e os trabalhadores de uma forma geral compreenderam que precisam lutar para defender o direito de se aposentar”, avaliou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Trabalhadores e trabalhadoras da educação também aderiram massivamente à greve geral. Escolas públicas e particulares, universidades e institutos técnicos permaneceram fechados nesta sexta-feira. Só em São Paulo, segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), mais 70% dos professores do Estado paralisaram as aulas e realizaram atos regionais em 52 cidades do interior. Na capital, o ato é na Avenida Paulista, junto com as demais categorias profissionais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A concentração começou às 16h. pararam seus locais de trabalho e foram as ruas junto com a CUT, centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência e em defesa da educação.

Em Porto Alegre, desde a madrugada, educadores e demais trabalhadores fizeram a resistência em frente a garagem da empresa de ônibus Sopal. Utilizando spray de pimenta e bombas de gás, a tropa de choque da Brigada Militar reprimiu com violência excessiva e de forma injustificada manifestantes em concentrações junto às garagens das empresas de ônibus. Em Pelotas, educadores fizeram piquete em frente à garagem da empresa Santa Silvana. Ocorreram manifestações e protestos em Caxias, Ijuí, Bagé, Camaquã, São Leopoldo, Alegrete, Passo Fundo, Espumoso, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Sarandi, São Luiz Gonzaga, Frederico Westphalen e diversas outras cidades.

MAPA DA GREVE GERAL

O Armazém Memória e Comissão Justiça e Paz de SP, com apoio da CUT e da UNE, produziram um Mapa Interativo no qual é possível acompanhar, em tempo real, onde teve ato e onde terá, e ainda tem acesso a informações e imagens das mobilizações e paralisações já realizadas. Confira.

 

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