MOVIMENTO

Após 20 dias, petroleiros suspendem greve

Federação e sindicatos indicam pausa na mobilização em todo o país enquanto aguardam a negociação que será mediada pelo TST
Da Redação / Publicado em 20 de fevereiro de 2020
Conselho Deliberativo da FUP, as direções sindicais de todo o país avaliaram que “o momento é de acumular forças para buscar o atendimento da pauta de reivindicações que a gestão da Petrobras tem se recusado a negociar”

Foto: FUP/ Divulgação

Conselho Deliberativo da FUP, as direções sindicais de todo o país avaliaram que “o momento é de acumular forças para buscar o atendimento da pauta de reivindicações que a gestão da Petrobras tem se recusado a negociar”

Foto: FUP/ Divulgação

Após 20 dias de uma das mais importantes e simbólicas greves da história recente do país, os petroleiros garantiram a suspensão das demissões na Fafen-PR e conquistaram a abertura de um processo de negociação mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho. Na avaliação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos, são avanços que refletem a importância da maior greve que a categoria já realizou desde maio de 1995 – quando permaneceu mobilizada por 32 dias.

Em reunião na última quarta-feira, 19, no Conselho Deliberativo da FUP, as direções sindicais de todo o país avaliaram que “o momento é de acumular forças para buscar o atendimento da pauta de reivindicações que a gestão da Petrobras tem se recusado a negociar”. O Conselho indicou a suspensão provisória da greve para que a Comissão Permanente de Negociação da FUP possa participar na sexta-feira, 21, da negociação no TST, junto com representantes do Ministério Público do Trabalho.  O indicativo destaca ainda que a greve será retomada, caso não haja avanços na mediação feita pelo Tribunal.

“Nossa greve foi construída e fortalecida, dia após dia, com organização, estratégia e respeito à categoria. Conseguimos um canal de negociação que só foi possível por conta da força da greve, da ocupação de 30 dias em Araucária, da nossa permanência na sede da Petrobras desde 31 de janeiro, da vigília em frente ao prédio, dos atos e manifestações de apoio e solidariedade que aconteceram em todo o país, como a marcha histórica de ontem, no centro do Rio”, destaca o diretor da FUP, Deyvid Bacelar.

O petroquímico Ademir Jacinto, diretor do Sindiquímica-PR e um dos integrantes da Comissão Permanente de Negociação da FUP, que há 20 dias ocupa uma sala na sede da estatal atribui à unidade dos petroleiros a decisão da companhia de cancelar as demissões em massa. “Essa unidade que está sendo demonstrada na greve trouxe esperança para os trabalhadores da Fafen e para as nossas famílias. Foi a greve que obrigou a Petrobras a suspender as demissões em massa e a reverter as que já haviam sido aplicadas contra 144 companheiros”, avalia. Jacinto ressalta a importância da abertura de um processo de negociação para que seja garantido o cumprimento da Cláusula 26 do Acordo Coletivo de Trabalho, na qual a Araucária Nitrogenados se compromete a não promover despedida coletiva ou plúrima sem prévia discussão com o sindicato.

Na tarde desta quinta-feira, 20, será realizado em São Paulo um ato em solidariedade aos petroleiros, em defesa da Petrobras e da soberania nacional. A manifestação foi convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com concentração no vão do Masp. Em nota, a FUP destacou que os petroleiros seguem mobilizados “em defesa dos empregos, contra o desmonte do Sistema Petrobras e por preços justos para os derivados de petróleo”. A interrupção da greve está condicionada ao avanço da gestão da empresa na negociação com os trabalhadores.

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