MOVIMENTO

Motoristas e entregadores por aplicativos deflagram greve por reajuste nas tarifas e melhores condições de trabalho

Movimento teve adesão de trabalhadores da Uber, 99 e iFood em pelo menos 17 capitais e municípios no Rio, São Paulo e Pernambuco. No RS não houve paralisação
Da Redação / Publicado em 29 de março de 2022

Foto: Twitter/ Reprodução

Movimento dos entregadores de comida teve maior adesão em São Paulo: baixa remuneração, insegurança e excesso de trabalho

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Motoristas e entregadores de aplicativos deflagraram greve em pelo menos 17 cidades em todo o país nesta terça-feira, 29. Os trabalhadores vinculados às plataformas de transporte de passageiros como Uber e 99 e de entregas como iFood reivindicam reajuste nas tarifas e melhores condições de trabalho e realizam concentrações em frente às sedes das empresas. De acordo com o movimento, as empresas prometeram reajustar a remuneração dos motoristas e entregadores depois que a Petrobras anunciou o aumento de 19% na gasolina e 25% no diesel, o que não foi feito até agora pela Uber, 99 e iFood. Baixa remuneração, excesso de trabalho, insegurança e adoecimento, além das regras e punições degradantes integram as pautas de reivindicações das duas categorias.

Reivindicações

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No Rio de Janeiro, 35% dos motoristas por aplicativos desistiram de trabalhar devido à baixa remuneração, segundo o sindicato da categoria

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Os motoristas de aplicativos reivindicam que o percentual repassado às plataformas seja limitado a 20% do valor da corrida, com remuneração para o deslocamento até o passageiro e que o valor mínimo da corrida seja tabelado em R$10. Também querem a instalação de câmeras nos veículos das motoristas. Também querem que a 99 cumpra a promessa de reajuste de 5% no valor do quilômetro rodado e que a Uber adote o reajuste temporário de 6,5% por corrida.

Já a pauta dos entregadores inclui ainda o fim do agendamento prévio do horário de trabalho e do acúmulo de entregas numa mesma corrida; atendimento por humanos e fim dos bloqueios como punição. Ainda reivindicam a distribuição igualitária de pedidos entre as várias modalidades de entregadores e reajuste anual das taxas

Paralisações, atos e manifestações ocorrem no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Aracaju, Teresina, Manaus, Recife, Porto Alegre e Curitiba. Em São Paulo o movimento atinge alguns municípios como Carapicuíba e, em Pernambuco, em Porto de Galinhas, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns e Petrolina. No Rio Grande do Sul, não houve adesão, de acordo com o Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo (Simtrapli).

Baixa remuneração

No Rio de Janeiro, a greve dos aplicativos ocorreu em meio à greve dos motoristas do transporte rodoviário, deixando a população sem opção de transporte pela manhã. A situação foi normalizada à tarde na capital com o retorno da circulação dos ônibus. Houve manifestação no Aeroporto Santos Dumont e ruas próximas. Em São Paulo, os motoristas de aplicativos anunciaram que não fariam corridas nesta segunda-feira e retomariam o movimento na sexta-feira, 1º, com uma concentração em frente ao Estádio Pacaembu.

O presidente do Sindicato dos Prestadores de Serviços Por Meio de Apps e Software para Dispositivos Eletrônicos do Rio de Janeiro e Região Metropolitana (Sindmobi), Luiz Corrêa, que é motorista da Uber e da 99 no RJ, disse que os trabalhadores reivindicam ganho mínimo de R$ 10 e mais segurança. Para os passageiros, a tarifa foi reajustada em 25%, mas que não houve qualquer reajuste para os motoristas, revelou. Segundo o dirigente, 35% dos motoristas já abandonaram a categoria devido à baixa remuneração.

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