POLÍTICA

Demora no INSS faz aposentados pagarem imposto de renda maior

O aumento proporcional no desconto do imposto acontece porque, ao ter o benefício liberado, o segurado recebe o valor acumulado de uma única vez e o desconto do imposto é aplicado sobre o valor total
Da redação / Publicado em 27 de janeiro de 2020

Foto: Agência Brasil

Foto: Agência Brasil

Pelo menos 1,3 milhão de pedidos de aposentadoria estão parados nas filas virtuais do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), segundo levantamento do jornal Estado de São Paulo. Os atrasos se devem ao grande volume de pedidos de benefícios antes da reforma da Previdência. Essa demora na liberação faz com que os aposentados paguem mais Imposto de Renda (IR) do que pagariam sem o atraso.

A espera pela aposentadoria pode chegar a um ano. O aumento proporcional no desconto do imposto acontece porque, ao ter o benefício liberado, o segurado recebe o valor acumulado de uma única vez e o desconto do imposto é aplicado sobre o valor total. Dessa forma, o atrasado pago pelo INSS supera a faixa de isenção do IR ou faz com que o aposentado caia numa faixa maior de desconto.

Um beneficiário que tenha recebido R$ 15.360 em atrasados, referentes a quatro meses de espera, por exemplo, terá que pagar R$ 3.355 de IR. Se o valor fosse dividido pelos quatro meses, o imposto descontado seria de R$ 912. Ou seja, a segurada teve retidos R$ 2.443 a mais.

DEMORA – “Os sistemas estão inoperáveis: tudo o que foi pedido até 13 novembro, antes da reforma, está sendo analisado com lentidão, pelo volume alto de pedidos e pela falta de pessoal. O que veio após a reforma nem pode ser analisado, porque não se pensou em um período de adaptação dos sistemas após a mudança”, explicou a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, ao jornal Estado de São Paulo.

Em setembro de 2019, o número de solicitações de aposentadoria ultrapassou pela primeira vez a marca de 1 milhão em um mês, com 1,15 milhão de pedidos. Especialistas apontam uma confusão e a falta de preparo do governo Jair Bolsonaro para atender a demanda já prevista após a aprovação da reforma.

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