O juiz Bretas será julgado no TRF2 por seu aparente bolsonarismo

Foto: Reprodução/Twitter
Bretas alega que participação de juiz em eventos políticos demonstra “harmonia entre os poderes”
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Deu na coluna da jornalista Mônica Bérgamo desta sexta-feira, 11, que o TRF-2 o Tribunal Regional Federal da 2ª Região) julgará a conduta do juiz federal Marcelo Bretas, do Rio de janeiro, por participação de eventos políticos ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
Caso não haja nenhuma mudança na agenda, o julgamento está marcado para a próxima quinta-feira, 17 de setembro, e deve, segundo a colunista, atear fogo e subir a temperatura no Judiciário tupiniquim.
Estranhas coincidências
Deve-se à combinação explosiva, para muito além das coincidências. Bretas começou a ser investigado em maio pelo TRF-2 por determinação do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins, que era então corregedor nacional de Justiça.
Na primeira semana de setembro, Bretas ordenou busca e apreensão na casa do filho de Humberto Martins, o advogado Eduardo Martins, investigado sob suspeita de ter recebido R$ 82 milhões para atuar em causas da Fecomércio do Rio de Janeiro. Ele foi delatado por Orlando Diniz, ex-dirigente da entidade.

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Marcelo Bretas (ao fundo de óculos escuros) em evento com Bolsonaro, general Augusto Heleno e Marcelo Crivella
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Parcialidade do juiz
Os demais advogados atingidos pela operação também acusam Bretas de parcialidade por uma aparente ligação com o presidente Jair Bolsonaro.
No mês fevereiro, Bretas foi com o presidente Jair Bolsonaro e Crivella à inauguração de uma alça na Ponte Rio-Niterói e a uma festa evangélica na praia.
O fato é que a aparição do juiz no palanque de Bolsonaro causou polêmica, uma vez que magistrados não podem se envolver em atividades político-partidárias.
OAB vê problema disciplinar
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) apresentou então uma reclamação disciplinar ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra Bretas.
O corregedor era Humberto Martins, que determinou a abertura de investigação contra o juiz do Rio por “atos de caráter político-partidário” e de “superexposição e promoção”.
Bretas se defende
Bretas disse em suas redes sociais que “em nenhum momento, cogitou-se tratar de eventos político-partidários, mas apenas de solenidades de caráter técnico/institucional (obra) e religioso (culto)”, defendeu-se.
“Vale notar que a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses Poderes de Estado, sem prejuízo da independência recíproca”, complementou.