POLÍTICA

Comissão de ética impõe pena máxima a presidente da Fundação Palmares

Além de Sérgio Camargo, punido por assédio moral e ataque a religiões, colegiado investiga Pedro Guimarães, ex-presidente da CEF, por assédio sexual; e o assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, por racismo
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 11 de novembro de 2022

Foto: Divulgação

Ex-presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, foi condenado pela comissão de ética do próprio governo por ataque às religiões

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O mês de novembro não começou bem para três radicais protagonistas do bolsonarismo no governo federal. Assédio moral, sexual, discriminação a religião e racismo estiveram na pauta na Comissão de Ética Pública da Presidência da República onde figuras próximas de Bolsonaro foram destaque.

No último dia 7, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processos para analisar as condutas do ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães e Filipe Martins, assessor internacional de Jair Bolsonaro (PL/RJ).

No mesmo dia, o ex-presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, recebeu a punição máxima do colegiado: uma advertência severa que fica apontada no seu currículo profissional.

Camargo, que deixou o governo em março para concorrer a deputado federal foi sancionado por assédio moral aos funcionários da Palmares, manifestações indevidas em redes sociais e discriminação às religiões e às lideranças religiosas africanas.

Nas eleições, Camargo que à frente da Fundação Palmares chegou a afirmar que a escravidão teria sido “benéfica” para o povo negro do Brasil, ficou no 227º lugar no maior colégio eleitoral do país, com 13 mil votos.

Foto: Agência Brasil

Sérgio Camargo acumulou polêmicas na presidência da Fundação Palmares: atacou religiões de matriz africana, o movimento negro e até Moïse Kabagambe, espancado até a morte no Rio de Janeiro depois de exigir o pagamento de pendências trabalhistas

Foto: Agência Brasil

Assédio sexual e moral

As acusações ao o ex-presidente da CEF são relacionadas ao motivo de sua saída do banco: assédio sexual e moral a funcionárias.

Segundo denúncias, Guimarães que não foi demitido por Bolsonaro de quem tinha grande proximidade fez convites inapropriados em eventos, gabinetes, na garagem da sede da CEF e no interior de carros oficiais.

Em uma das matérias que levou o executivo a pedir sua exoneração, uma profissional da CEF relatou ter sido puxada pelo pescoço pelo executivo e ouvido: “estou com vontade de você”.

Racismo

Já Filipe Martins será investigado por fazer um gesto racista cifrado da supremacia branca norte-americana em uma audiência pública no Senado, em maio do ano passado.

Martins que é olavista e integra o núcleo mais ideológico do governo não chegou a perder o seu emprego, mas se afastou de agendas públicas.

Nas eleições, teve presença forte na campanha de reeleição frustrada de Bolsonaro.

Ele ainda esteve ao lado do chefe em seu primeiro pronunciamento após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 45 horas após o resultado ter sido divulgado.

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