SAÚDE

Transmissão do novo coronavírus dispara no país

Em menos de 24 horas, contágio avançou 45%, com 904 infectados. Já há 11 mortes. Ministro da Saúde projeta disparada de casos em abril e queda só em setembro
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 20 de março de 2020
O Ministério da Saúde publicou portaria decretando o estado de transmissão comunitária do novo coronavírus. Em coletiva, ministro afirmou que a pandemia pode durar até seis meses

Foto: Isac Nóbrega/ Presidência da República

O Ministério da Saúde publicou portaria decretando o estado de transmissão comunitária do novo coronavírus. Em coletiva, ministro afirmou que a pandemia pode durar até seis meses

Foto: Isac Nóbrega/ Presidência da República

O número de casos de Covid-19 cresceu 45% em um dia no Brasil. Com isso já são 904 pessoas infectadas com a enfermidade. Os dados foram apresentados no mais recente balanço do Ministério da Saúde, que contabiliza 11 mortes desde o início da crise. Desses, nove ocorreram no estado de São Paulo.

Os dados apresentados pelo ministro da Saúde, Luiz Mandetta, levam em consideração relatos repassados pelas secretarias estaduais da Saúde até as 16h desta sexta-feira, 20. Mandetta ainda prevê uma “disparada” de casos no mês de abril e acredita que a “queda” somente deverá ocorrer em setembro.

Mais uma vez o ministério não apresentou dados referentes ao total de casos suspeitos. O portal que deveria apresentar os números está fora do ar desde quinta-feira e o Ministério da Saúde também não divulgou o total de pessoas que estão hospitalizadas.

Ontem, eram 621 casos de infectados e seis mortes até a coletiva realizada pelo ministério da Saúde. A morte de um idoso de 77 anos em São Paulo, após a apresentação do ministro, elevou as vítimas para sete.

Concretamente, o total de óbitos cresceu mais de 80% entre os dois balanços apresentados com menos de 24 horas de intervalo.

Em videoconferência, Mandetta prevê colapso e culpa idosos e Bolsonaro afirma que “economia não pode parar”

Bolsonaro e ministros participam de videoconferência com representantes da Iniciativa privada: "a economia não pode parar" disse o presidente

Foto: Isac Nóbrega/ Presidência da República

Bolsonaro e ministros participam de videoconferência com representantes da Iniciativa privada: “a economia não pode parar” disse o presidente

Foto: Isac Nóbrega/ Presidência da República

Em videoconferência com empresários do país, Mandetta também afirmou nesta sexta-feira que o sistema de saúde do país “entrará em colapso” no final de abril devido ao avanço da pandemia.

Segundo o ministro, “as pessoas confundem colapso com sistemas caóticos. O colapso é quando você pode ter o dinheiro, ter o plano de saúde e a ordem judicial, mas simplesmente não há o sistema para se tratar. É o que está acontecendo na Itália”, comparou.

Na ocasião, o ministro ainda disse que pode ser necessário segurar a movimentação de pessoas para diminuir a contaminação. Na videoconferência, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o ministro afirmou que esse tipo de medida restritiva, com duração de 14 dias, terá impacto 28 dias depois, “porque a cadeia de transmissão é sustentada e você quebra”. Ele ainda disse que, junto com o ministro da Casa Civil, Braga Netto, e membros do Ministério da Economia, está modelando formas “para ver se trabalhamos com algumas interrupções, caminhando um pouco, parando um pouco, segurando ao máximo os idosos, que são eles que levam ao colapso do sistema”, pontuou.

RIO GRANDE DO SUL – A Secretaria Estadual de Saúde do RS (SES/RS) confirmou 15 novos casos somente nesta sexta-feira no Rio Grande do Sul, que atingiu 56 testes positivos para coronavírus. A estimativa da secretária da Saúde do RS, Arita Bergmann era que o caso 50 deveria ser registrado no estado somente no início da próxima semana. Segundo as projeções das autoridades de saúde, a partir do 50º contágio, o avanço das contaminações passa a ser exponencial: 500 casos em uma semana e mais de 4,3 mil em 14 dias.

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