SAÚDE

Estado tem oito regiões com alto risco epidemiológico

Governo aceita recursos e reduz risco epidemiológico de 10 das 18 regiões pré-classificadas com bandeira vermelha na 11ª rodada do Distanciamento Controlado
Da Redação / Publicado em 20 de julho de 2020
Hospital Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, está com todos os leitos de UTI ocupados

Foto: FHGV/ Divulgação

Hospital Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, está com todos os leitos de UTI ocupados

Foto: FHGV/ Divulgação

O governo do estado acatou 59 pedidos de reconsideração de municípios e associações regionais e reduziu de 18 para 10 o número de regiões de saúde classificadas preliminarmente com alto risco de contágio pela Covid-19. Com isso, o mapa definitivo da 11ª rodada do Distanciamento Controlado ficou com oito regiões em bandeira vermelha (alto risco epidemiológico) e as 12 restantes com laranja (risco médio). As bandeiras são vigentes a partir da 0h desta terça-feira, 21, até as 23h59 da próxima segunda-feira, 27.

A média de ocupação de leitos em UTI no estado atingiu 78%. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a média é superior a 90%.

A direção da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas definiu o bloqueio de leitos do Hospital Municipal Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, e do Hospital Tramandaí em decorrência da superlotação e da escassez de medicamentos essenciais, sobretudo para a manutenção de pacientes entubados e em ventilação mecânica.

A decisão foi oficializada para as secretarias de Saúde dos municípios e do estado e tem duração indeterminada, até a recuperação do estoque dos remédios. Na prática, mesmo com a alta dos pacientes atuais, os leitos ficarão automaticamente bloqueados.

No Hospital Viamão, nove dos 10 leitos estavam ocupados nesta segunda-feira, 20.

Na semana anterior (10ª rodada), o estado estava com mais regiões com alto risco, o que não significa que os gaúchos podem relaxar no cumprimento dos protocolos do Distanciamento Controlado, alertou o governador Eduardo Leite (PSDB).

“Não significa que o estado esteja vivendo menor risco, mas que temos observado que há uma situação mais grave concentrada nas regiões de bandeira vermelha, principalmente na Região Metropolitana. Mas não podemos relaxar os cuidados nas regiões de bandeira laranja para não chegar no nível crítico das demais. Por isso, renovo o apelo para que atendam aos protocolos, fiquem em casa o máximo que puderem, estabeleçam menor número de contatos possível para termos redução da demanda da estrutura hospitalar e possamos manter ao máximo as atividades econômicas”, afirmou.

No mapa preliminar, o estado estava com 18 regiões em bandeira vermelha. O governo decidiu acatar o pedido de reconsideração de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Erechim, Lajeado, Ijuí, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santo Ângelo e Uruguaiana. A justificativa é que essas regiões tiveram melhoria ou estabilidade em indicadores importantes, compor isso, foram mantidas com risco em nível médio.

Com isso, elas se juntam a Bagé e Pelotas, que já eram as únicas duas regiões classificadas com bandeira laranja no mapa preliminar divulgada na sexta-feira, 17.

Arte: Seplag/ Divulgação

Arte: Seplag/ Divulgação

O Gabinete de Crise, contudo, indeferiu os recursos apresentados pelas regiões de Caxias do Sul, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Taquara, que permanecem em bandeira vermelha, por terem apresentado alto nível de ocupação dos leitos e de propagação do vírus. As outras regiões que já estavam classificadas com alto risco de contágio são Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre, que não entraram com pedidos de reconsideração.

Mais uma vez, o governador fez um alerta especialmente para a Região Metropolitana, que, mesmo com a ampliação de leitos, tem chegado próximo do esgotamento da capacidade hospitalar.

“Houve uma redução da velocidade do número internações e na demanda hospitalar do estado, que era de 30% há um mês, e agora está em torno de 15%. Isso é positivo, mas não é suficiente, porque continua crescendo, e a capacidade de ampliação da oferta não consegue ter a mesma velocidade do aumento da demanda. Se não tivéssemos feito ampliação de 75% nos leitos no RS, já teríamos esgotado a capacidade de atendimento há cerca de um mês. Como a população atendeu aos protocolos do Distanciamento Controlado, conseguimos fazer ampliação e evitar a sobrecarga. Mas já temos algumas regiões, como é o caso da Metropolitana, chegando no limite e, por isso, não podemos relaxar agora”, afirmou Leite.

“É muito importante reiterar que essa desaceleração não significa melhora no quadro geral. Os moradores dessas oito regiões em bandeira vermelha precisam especialmente aderir aos protocolos e se manter mais em casa, obedecendo ao distanciamento, para que a gente consiga não pressionar tanto o sistema hospitalar”, alertou a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos.

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