SAÚDE

Ministério da Saúde alerta para epidemia de dengue no Centro-Oeste, ES e MG em 2024

De 4.976 municípios analisados, 30,2% têm classificação de alerta para infestação do mosquito Aedes aegypti
Da Redação / Publicado em 8 de dezembro de 2023
Ministério da Saúde alerta para epidemia de dengue no Centro-Oeste, ES e MG em 2024

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti apresentados pelo Ministério da Saúde indicam que mais de um terço dos quase 5 mil municípios analisados têm classificação de alerta para infestação pelo mosquito da dengue

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A Região Centro-Oeste do Brasil deve registrar nível epidêmico de dengue em 2024, conforme previsão divulgada nesta sexta-feira, 8, pelo Ministério da Saúde.

“Temos muitas pessoas que, por uma situação menor, não tiveram a doença – principalmente crianças e idosos. São os grupos que mais nos preocupam”, avaliou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel em entrevista coletiva.

Outro alerta da pasta vale para a Região Sudeste, sobretudo para os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, onde há potencial epidêmico para a dengue em 2024. No Sul, o Paraná foi classificado como estado com potencial muito alto para casos de dengue e, no Nordeste, os casos devem aumentar, mas abaixo do limiar epidêmico.

Criadouros

Dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) indicam que 1.506 de um total de 4.976 municípios analisados têm classificação de alerta para infestação do mosquito. Esse total equivale a 30,2%.

Além disso, 189 municípios ou 3,7% têm classificação ainda mais alta, de risco. O restante (3.281 ou 65,9%) obteve classificação satisfatória.

Os números mostram também que, em 2023, 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados e canos, por exemplo).

Ainda de acordo com o levantamento, depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço, cacimba, cisterna) aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo respondem por 3,2%.

A pesquisa é realizada pela amostragem de imóveis e criadouros com água positivos para larvas de Aedes aegypti no âmbito municipal. Os estados consolidam os dados dos municípios e encaminham ao ministério.

Vacina contra dengue

A Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) deve decidir ainda este ano sobre a incorporação da vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Leandro Pinheiro Safatle, a comissão deve convocar reunião extraordinária até o final de dezembro para a tomada de decisão.

Na quinta-feira, 7, o ministério abriu consulta pública sobre o tema. Considerando o cenário epidemiológico, a Conitec já recomendou a incorporação do imunizante inicialmente para localidades e públicos prioritários a serem definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Essa definição deve considerar regiões de maior incidência e faixas etárias de maior risco para agravamento da doença.

“Esse processo tem sido célere no Ministério da Saúde, e esse é um ponto importante a ser enfatizado porque ele faz parte dessa estratégia de buscar tecnologias que, de fato, atendam a um desafio de saúde como esse”, explicou o secretário.

“É um rito regulatório rápido. Vai haver uma consulta pública agora e vai ser mais rápida. De 10 dias. O processo vai estar pronto para tomada de decisão rapidamente”, completou.

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