ECONOMIA

Bolívia tem imposto sobre grandes fortunas

O novo imposto é anual e permanente para todos que viverem no país, incluindo estrangeiros. O texto foi aprovada pela Câmara dos Deputados por ampla maioria. O imposto será pago por 152 milionários
Por César Fraga / Publicado em 30 de dezembro de 2020
Bolívia tem imposto sobre grandes fortunas

Foto: Presidência da Bolívia/Divulgação

O presidente Arce endossou que as medidas “desmontam o modelo neoliberal e retomam o Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo”

Foto: Presidência da Bolívia/Divulgação

O novo presidente boliviano Luis Arce promulgou na última segunda-feira, 28, a Lei 1.357, que cria um imposto sobre as fortunas superiores a 30 milhões de bolivianos (moeda local) – o equivalente a aproximadamente R$ 22,3 milhões.

O novo imposto é anual e permanente para todos que viverem no país, incluindo estrangeiros. O texto já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados por ampla maioria. O imposto será pago por 152 milionários.

A lei estabelece percentuais escalonados para o pagamento da alíquota.

Para os ricos cujo capital é 30 milhões a 40 milhões de bolivianos (moeada do país), por exemplo, a taxa é de 1,4%. Já para aqueles que possuem entre 40 a 50 milhões, será de 1,9%.

Os afortunados acima desses valores desembolsarão 2,4%.

A medida se aplica somente as pessoas com permanência na Bolívia por mais de 183 dias nos últimos 12 meses.

Na sua conta no  Twitter, Arce frisou que a aprovação da lei é uma forma de redistribuir a riqueza na Bolívia e que o dinheiro arrecadado “chegará a milhares de famílias bolivianas”.

A estimativa do Ministério da Economia é que, com a tributação das grandes fortunas, cerca de 100 milhões de bolivianos sejam arrecadados.

Desmonte do modelo neoliberal

Também na noite de segunda-feira, o governante do Movimento ao Socialismo (MAS) promulgou a Lei de Restituição Efetiva do IVA (Imposto ao Valor Agregado).

Com a nova medida, pessoas com renda menor que 9 mil bolivianos, aproximadamente R$ 6.715, serão ressarcidos com 5% do total de suas compras mediante apresentação da nota fiscal computadorizada.

Dessa forma, considerando o salário mínimo de 2.100 bolivianos (R$1.567), a Lei de Restituição Efetiva do IVA beneficia diretamente as classes médias e baixas.

Para acessar o benefício, os indivíduos deverão se cadastrar no SIN, órgão responsável pela taxação de impostos na Bolívia, e computar todas as faturas da compra com o nome e documento de identidade.

Ao promulgar as leis, Arce endossou que as medidas “desmontam o modelo neoliberal e retomam o Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo”.

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