EDUCAÇÃO

Sindicatos dos professores levam resoluções ao Sinepe

Síntese das manifestações de professores do ensino privado durante Seminário sobre as perspectivas da educação superior deverá nortear a agenda dos sindicatos nas negociações coletivas a partir de março
Da Redação / Publicado em 11 de novembro de 2021

Foto: Igor Sperotto

Aula semipresencial na Unisinos: o retorno a todas as atividades nas IES é uma das preocupações manifestadas pelos docentes em seminário

Foto: Igor Sperotto

No início de novembro, o Sinpro/RS, o Sinpro Caxias e o Sinpro Noroeste encaminharam ao sindicato das instituições de ensino privado (Sinepe/RS) as resoluções do Seminário Cenário Econômico e Educacional Brasileiro e as perspectivas da Educação Superior, realizado em outubro. O documento sintetiza as manifestações de professores das instituições de ensino que participaram do debate e será encaminhado também ao Sindicato das Mantenedoras das Instituições Comunitárias (Sindiman).

A agenda, que deverá nortear as negociações coletivas dos professores do ensino privado a partir de março de 2022, destaca o compromisso com a qualidade do ensino e a necessidade de reposição da inflação no valor da hora-aula.

Realizado de forma virtual no dia 23 de outubro, o Seminário proporcionou aos professores do ensino privado análises sobre a conjuntura econômica e educacional e os impactos da crise no setor educacional.

A análise conjuntural foi apresentada pelo economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Paulo Jäger, que destacou os reflexos do baixo desempenho da economia, da alta da taxa de juros e do descontrole de preços, especialmente dos combustíveis, na renda dos trabalhadores.

Heitor Strogulski, diretor da consultoria educacional Flamingo Edu, apresentou o cenário da educação superior no país e no estado desde a pré-pandemia, e ressaltou os desafios enfrentados pelos professores diante da retomada da presencialidade e da reformulação curricular promovida pelas IES. “A educação não se mantém com menos professores”, concluiu.

A pauta dos sindicatos sistematizou as proposições dos professores vinculados às diversas IES que se manifestaram no evento, a exemplo da importância de um compromisso do poder público, das instituições de ensino, dos sindicatos e da própria categoria com a qualidade do ensino.

A categoria espera que as instituições, no âmbito dos espaços institucionais e na interlocução com as representações dos docentes, oportunizem e valorizem as suas contribuições na definição das políticas e iniciativas para o enfrentamento da crise.

Além disso, os professores salientaram a necessidade de uma definição por parte das instituições sobre a utilização e destinação dos seus espaços físicos, face à redução do número de alunos, de modo a potencializarem suas receitas.

A retomada do ensino presencial também foi enfatizada pelos docentes como uma prioridade para o ensino superior. Eles manifestaram a expectativa de retomada de todas as atividades acadêmicas nas universidades e nos centros universitários do estado com todos os protocolos de segurança anticovid.

FÓRUM – O Seminário foi marcado, ainda, pelo lançamento do Fórum da Educação Superior, que, a partir de conteúdos opinativos e informativos produzidos pelos sindicatos de professores, será um espaço de debate sobre a problemática do segmento. No Fórum, serão sistematizadas informações, análises e discussões sobre a realidade e as perspectivas da educação superior, a empregabilidade e as condições de trabalho e remuneração dos professores.

O espaço também visa a construir um ambiente de debates para dar suporte à ação negocial dos sindicatos com as representações patronais e com as instituições, dar visibilidade e compreensão sobre o nível educacional mais impactado pela crise econômica e pela falta de políticas públicas.

Comentários