JUSTIÇA

CBF deixa neutralidade de lado e inicia campanha antirracista

Ação foi anunciada diante da repercussão internacional das ofensas a Vini Jr. na Europa e ao goleiro do Ypiranga-RS
Por Gilson Camargo / Publicado em 26 de maio de 2023

Foto: Lucas Figueiredo/Arquivo/CBF

Campanha Antirracista da CBF começa após ofensas ao jogador brasileiro Vinicius Jr. atacante do Real Madrid

Foto: Lucas Figueiredo/Arquivo/CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resolveu deixar de lado a neutralidade e anunciou que a oitava rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, marcada para este fim de semana, terá uma campanha de combate ao racismo.

A manifestação envolverá os jogadores dos 20 clubes da competição, além dos árbitros escalados para as dez partidas do sábado e do domingo, 27 e 28.

A iniciativa antirracista foi anunciada diante da repercussão internacional das ofensas racistas feitas por torcedores ao brasileiro Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid, no jogo contra o Valencia, no domingo, 23, pelo Campeonato Espanhol.

Um dia antes, o goleiro Caíque, do Ypiranga (RS), denunciou um torcedor do Altos (PI) que o chamava de “uva preta”, em duelo da Série C do Brasileirão.

Segundo a CBF, os jogadores vestirão camisas com a frase “Com o racismo não tem jogo”, que também estará estampada nas faixas dos capitães, nas moedas dos árbitros, nas bolas, nos estádios e nas placas de publicidade. antirracista

Quando o início das partidas de futebol for autorizado, os atletas sentarão no gramado por 30 segundos, em apoio à campanha.

Infográfico: Agência Brasil

Racismo histórico no futebol

Infográfico: Agência Brasil

“Contamos com o apoio de cada torcedor. Racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios. Basta de preconceito”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, primeiro negro a comandar a entidade, ao site da confederação.

Apesar da usual postura de omissão ou neutralidade da CBF diante de escândalos envolvendo atletas, as manifestações preconceituosas, como racistas ou homofóbicas, passaram a ser puníveis esportivamente no futebol brasileiro, conforme o regulamento geral de competições da Confederação para este ano.

A equipe cujo torcedor ou atleta cometer atos racistas pode ser advertida, estará sujeita a pagar uma multa limitada a R$ 500 mil, ser impedida de registrar atletas e até perder pontos.

O caso mais recente de racismo envolvendo atletas brasileiros ocorreu na quarta-feira, 24, na partida entre Santos e Audax Italiano, no Estádio El Teniente, em Rancágua, no Chile.

Durante o jogo, válido pela quarta rodada da Copa Sul-Americana, o zagueiro Joaquim e o atacante Ângelo foram alvo de torcedores locais, com ofensas raciais e gestos imitando macacos.

Em nota, o Santos informa que fez denúncia à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que ainda não se manifestou.

Em março do ano passado, a Conmebol aumentou o peso das punições em casos de preconceito, após vários atos racistas contra brasileiros em partidas válidas pelos torneios continentais, durante o primeiro semestre.

*Com informações da Agência Brasil.

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