SAÚDE

Arlene Badoch deixa coordenação do Sistema Nacional de Transplantes

Responsável pela ampliação da doação de órgãos e tecidos para transplantes no Paraná, médica estava no cargo desde agosto e justificou que o pedido de exoneração foi por motivos pessoais
Por Clarinha Glock / Publicado em 17 de dezembro de 2021

Foto: Ministério da Defesa/ Arquivo

Órgão nacional responsável pela regulamentação, controle e monitoramento dos transplantes pelo SUS – e que conta com apoio das Forças Armadas no transporte de pacientes e órgãos – ainda não tem novo coordenador

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A médica Arlene Badoch, que havia assumido em 19 de agosto deste ano a coordenação geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), pediu exoneração para tratar de assuntos pessoais. “Minha mãe teve um AVC esta semana e vou me dedicar a cuidar dela. Foi e é uma grande guerreira e vou dar todo o carinho e cuidado que merece. É um momento de muita reflexão”, explicou a médica.

Foto: Divulgação

Após colocar o Paraná na vanguarda dos transplantes de órgãos e tecidos, Arlene assumiu o Sistema Nacional de Transplantes, em agosto, mas deixou o cargo por razões particulares

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Até abril de 2021, quando se aposentou, Arlene coordenava o Sistema Estadual de Transplantes do Paraná (SET/PR). Foi durante sua gestão que o estado assumiu a liderança no Brasil na doação de órgãos e tecidos, passando de uma média de 6,8 doações por milhão de população (pmp) em 2010 para 41,5 doações pmp em 2020. No Brasil, neste mesmo período, a taxa de doadores efetivos no Brasil foi de 15,8 doações por milhão de habitantes.

Enquanto estava na coordenação do SNT, a médica buscou colocar em prática, em nível nacional, as mesmas estratégias que garantiram o sucesso do sistema no Paraná: planejamento, fortalecimento de equipes e das Comissões Intra-hospitalares para Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT).

“Muitos projetos estão em andamento, como a educação continuada e a revisão de todo regulamento técnico”, informou. Há projetos para atendimento específico a pacientes hipersensibilizados de rins, regulação de acesso dos pacientes – aqueles que precisam ser avaliados para transplantes, quando não existe esta modalidade em seus estados de origem, são encaminhados para outras unidades federativas –, bem como monitoramento da qualidade dos serviços transplantadores.

Ações

Arlene destacou ainda a revisão das portarias de habilitações dos serviços, dos incrementos financeiros para os centros transplantadores credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), considerando os resultados de qualidade e produtividade dessas unidades e do incentivo ao projeto de parceiro amigo dos transplantes. Outra ação implementada foi o acompanhamento dos Programas de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).

Vinculado ao Ministério da Saúde, o SNT é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e partes retiradas do corpo humano para fins terapêuticos. Questionada sobre quem deverá assumir o cargo no SNT, a assessoria do Sistema Nacional de Saúde não havia dado retorno até o fechamento desta matéria.

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