SAÚDE

Hospital de Montenegro recebe livro sobre doação e transplante de órgãos

Mobilização do município é retratada na publicação da Fundação Ecarta
Por Stela Pastore / Publicado em 15 de janeiro de 2024
Hospital recebe livro sobre doação e transplante de órgãos

Foto: Glaci Borges

Livro inéditos sobre doação de órgãos e transplantes lançado pela Fundação Ecarta foi entregue à equipe do Hospital de Montenegro

Foto: Glaci Borges

Nesta segunda-feira, 15, às 14h30, a direção do Hospital de Montenegro 100% SUS recebeu uma comitiva da Fundação Ecarta para a entrega do livro-reportagem Corrida contra o tempo – O que compromete a doação de órgãos e a eficiência do sistema de transplantes no Brasil (Carta Editora, 248 p.).

Um dos capítulos da publicação trata do município de Montenegro como um exemplo de como a sensibilização para o tema transforma a realidade de uma comunidade inteira. Até 2017, o município do Vale do Caí não tinha nenhum doador, mesmo com um hospital 100% SUS.

Após um movimento articulado no município entre o projeto Cultura Doadora e o hospital a partir de 2018, somado com gestores, empresas, sociedade e a mídia local, o volume de doadores chegou a 62% em menos de dois anos.

Captação de õrgãos

Um dos resultados operativos objetivos foi a criação da Cihdott no hospital, o que credencia a instituição a estar preparada para dialogar com familiares e após o consentimento, assegurar a doação e captação de órgãos. “O hospital segue com grande envolvimento no tema e permanente capacitação de seus quadros em todos os níveis, com toda a orientação técnica necessária para salvar vidas a partir da doação”, destaca o presidente da Fundação Ecarta, Marcos Fuhr.

“O Projeto Cultura Doadora foi o maior responsável pela criação e início do trabalho da Cihdott. Penso que sem aquele incentivo e apoio incansável não teríamos nem iniciado, assim como não teríamos mantido a persistência e motivação necessários pra o trabalho da comissão”, atesta a psicóloga da Cidhdott do Hospital Regional de Montenegro, Carla da Silva Giuliani.

“O projeto Cultura Doadora é uma voz permanente, levada com muita propriedade aos mais diversos nichos, desmistificando e mostrando a importância da doação e do ato de comunicar isso às famílias que há continuidade da vida após a morte pelo transplante de órgãos e tecidos. É uma honra estar com vocês nessa missão. Contem comigo sempre”, ressalta a médica nefrologista Tatiana Michelon, em depoimento registrado no livro. Ela é uma das mobilizadoras entusiasmadas quando esteve a frente do movimento no Hospital de Montenegro.

“É um case que nos orgulha muito. Fomos compreendendo e atuando na institucionalidade da saúde, integração várias instituições, mergulhando na realidade de um hospital e contribuir na instituição da Cihdott”, destaca a coordenadora do projeto Cultura Doadora, Glaci Borges, que acompanha o trabalho na região.

Mobilização permanente

Somente óbitos por Morte Encefálica permitem a captação de múltiplos órgãos após a autorização da família. A ME representa menos de 2% do total de óbitos e metade das famílias não autorizam a doação.

Estas e outras informações são detalhadas no livro lançado no final de 2023, editado pela Fundação Ecarta que mantém o projeto Cultura Doadora há 11 anos para contribuir com a causa e articular melhorias no sistema público de transplantes, o maior do mundo.

A lista de espera por um órgão no país passa de 60 mil pessoas, sendo cerca de 2500 no estado.  O RS já liderou o ranking dos estados em doação, mas vem perdendo posições desde 2005.

O livro foi produzido por uma equipe de jornalistas liderados por Valéria Ochôa com reportagem de Flávio Ilha, Stela Pastore e Marcia Anita, e fotos de Igor Sperotto.

A publicação pode ser adquirida no site da editora: www.cartaeditora.com.br

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