POLÍTICA

Dallagnol conspirou pelo impeachment de Gilmar Mendes

Áudios revelam que investigação ilegal do ministro do STF cogitou buscar provas na Suíça que ligassem Mendes a operador do PSDB
Da Redação / Publicado em 6 de agosto de 2019
Dallangnol queria o impeachment de Gilmar Mendes

Foto: Nelson Costa Jr/STF

Dallangnol queria o impeachment de Gilmar Mendes

Foto: Nelson Costa Jr/STF

De acordo com o Jornal El País, mais novo parceiro do Intercept Brasil na apuração dos arquivos da #VazaJato, a operação Lava Jato planejou angariar provas na Suíça contra o ministro do STF Gilmar Mendes (GM).

Na reportagem do El País, as jornalistas Marina Rossi e Regiane Oliveira narram como procuradores de Curitiba, liderados por Deltan Dallagnol planejaram investigar – mais uma vez – ilegalmente um ministro do STF. Conforme diálogos vazados procuradores cogitaram usar o caso do operador do PSDB Paulo Preto para ter munição contra Mendes. Conversas da força-tarefa no Telegram falavam em “empenho” pelo impeachment do magistrado.  “Sonho que Toffoli e GM acabem fora do STF rsrsrs”, teria comentado Dallagnol em uma das conversas.

A Lava Jato já havia investigado clandestinamente outro ministro do STF, Dias Toffoli. O artigo 102 da Constituição determina que os ministros do Supremo só podem ser investigados com autorização de seus pares, a não ser que apareçam em uma investigação já em curso, a chamada investigação cruzada. Caso seja este o caso, a competência é necessariamente da PGR.

As mensagens que hoje vêm a público revelam que tudo começou porque Dallagnol compartilhou com os colegas um boato. Segundo ele, parte do dinheiro mantido em contas no exterior por Paulo Preto – apontado como operador de propinas do PSDB – pertencia a Gilmar Mendes.
O desenrolar da conversa demonstra que o grupo de procuradores apostou que o ministro poderia ser beneficiário de contas e cartões que o operador mantinha na Suíça.

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